Em coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira (8), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou críticas aos presidente Bolsonaro (sem partido). Durante a conversa, o petista ressaltou o despreparo, o desrespeito pela democracia e pelas instituições, e o reflexo das atitudes antidemocráticas do atual mandatário em outros países.
“Esse país era levado em conta por toda a União Européia, esse país era levado em conta por toda a América do Sul, Latina, Caribe, por todo o Continente Africano. Esse país hoje, para que o nosso país receba um presidente da república, ele tem que mandar buscar o presidente de Guiné-Bissau porque ninguém quer vir ao Brasil, ninguém quer recebê-lo em seu país. Isso é um momento de tristeza porque no momento em que o brasileiro mais precisa de um presidente – o papel do presidente é exatamente esse, é como se fosse um grande chefe de família, é como se tivesse a responsabilidade de manter a família em paz, em harmonia, com esperança – ele destrói. Dia 7 de setembro de manhã ruge como um leão e no dia 8 de tarde, mia como um gatinho, pedindo perdão, com medo de todas as atrocidades que ele tem cometido nesse país contra as instituições”, declarou Lula.
“Em mais grave ainda um presidente da república que nunca fez um gesto de solidariedade a uma única pessoa vítima do Covid e muito menos aos familiares das 600 mil pessoas que já morreram. Não tem um gesto, um carinho, uma solidariedade, uma visita ou uma fala para dizer ‘Eu estou com vocês, estou preocupado com nosso povo’”,
completou.
Sobre o despreparo, apontado por Lula, o ex-presidente declarou que Bolsonaro são sabe governar e tem seu governo baseado em mentiras e polêmicas. “É com muita tristeza que um país de 215 milhões de habitantes, com a riqueza que nós temos, seja no solo ou no subsolo, seja a riqueza que encontramos a sete mil metros de profundidade com o pré-sal, seja a riqueza das nossa floresta tropical, seja a riqueza dos nossos 12% de água de rio doce, tudo isso, não vale nada na mão de alguém que nunca se preparou para governar nem o conjunto habitacional que mora, se ele fosse síndico. Não se preparou, não se preocupa em governar. Porque nós vivemos um momento em que temos um governo que não sabe fazer outra coisa a não provocar, contar mentiras todos os dias pelas fake news”, disse.
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Sobre as eleições de 2022, o petista afirmou que pretende decidir se irá se lançar como candidato à presidência apenas no início do próximo ano. “Eu tenho conversado com todas as forças políticas possível e com aqueles que querem conversar. Eu tenho dito que eu não estou candidato porque eu só vou decidir minha candidatura para o começo do ano que vem. E eu sei que quando eu falo que eu não estou candidato é difícil vocês acreditarem porque é impossível alguém que tem 2% e quer ser presidente e alguém que tem 40 não quer. Mas é verdade. Eu ainda não decidi porque eu vou decidir no momento adequado”, falou.
“Esse país haverá de ter juízo suficiente para que no dia das eleições eleja alguém que respeite a democracia, que goste da democracia e que exercite a democracia em seus atos cotidianos seja quem quer que seja. Alguém que tenha no mínimo sentimento, alguém que tenha o sentido de humanista, alguém que tenha o mínimo de solidariedade, alguém que pensa um pouco com coração e pense nesse país. Um presidente não ganha eleições para falar bobagem. Ele deveria fechar a boca e governar esse país como tantos outros já governaram”, declarou ainda o petista sobre as eleições de 2022.