Depois de encontro com Requião, sindicalistas tentam entrar em evento para fazer oposição à Ratinho Júnior
Horas depois de um encontro com o pré-candidato ao governo do Paraná do PT, Roberto Requião, militantes da APP-Sindicato tentaram se infiltrar em um evento oficial para fazer campanha contra o governador Ratinho Júnior (PSD). A coincidência ocorreu na última quinta-feira (02). Pela manhã, os ex-presidentes da APP, Marlei Fernandes e Hermes Leão, estiveram em uma reunião com Requião. Segundo Leão, que postou fotos nas redes sociais, eles discutiram parcerias no sentido de apoiar a candidatura do petista. Durante a tarde do mesmo dia, Marlei liderou cerca de 15 militantes sindicais em uma manifestação contra Ratinho Júnior durante o lançamento do novo programa do governo “Mais Merenda”, que garante três refeições diárias aos alunos da rede pública.
Chamou a atenção de quem passava pelo local o modo como Marlei Fernandes estava vestida. Com casaco de capuz e máscara, ela tentou entrar no Colégio Estadual Zumbi dos Palmares, no município de Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, sem ser percebida. Quando a segurança do evento percebeu e pediu para fazer uma revista – praxe em eventos com autoridades – ela se negou e acabou barrada.
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Além de Marlei, outros professores sindicalistas tentaram entrar no evento. Um deles foi Daniel Matoso, com quem os seguranças relatam ter encontrado faixas de protesto.
Como os sindicalistas não se submeteram a identificação e revista pessoal, infringindo os protocolos de segurança que foram adotados, foram conduzidos até a um ponto de contenção estabelecido pela segurança do evento, onde os mesmos estenderam faixas e bradaram gritos de protesto.
Falta de Memória
A estreita ligação de membros da APP-Sindicato com Roberto Requião é incompreensível para parte da categoria. Isso porque em 2006, o então governador trocou farpas publicamente com o então presidente da entidade e hoje deputado estadual, José Lemos (PT). Na época, Requião chegou a dizer que não reconheceria mais o sindicato. “Eu não aceito mais esse sindicato. Enquanto eu for governador o diálogo com os professores está aberto, mas a APP, para o governo do estado, não existe mais. Estão tentando arrumar conflito, esperavam encontrar cavalos e policiais na frente do palácio, mas não vão encontrar”, disse Requião, relembrando 1988, quando no governo Álvaro Dias (Podemos), a Polícia Militar conteve manifestantes em frente a sede do governo estadual.