O programa Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan Paraná, promoveu na manhã desta sexta-feira (16) um debate sobre o novo modelo de pedágio com representantes de diversos setores da região oeste. A mudança, que deve acontecer em novembro deste ano, foi criticada por todos os participantes do debate, que pediram que o governo federal aprimore o edital antes da publicação.

As principais reivindicações dos setores industrial, produtor e parlamentar, são que o novo contrato de 30 anos aumentará o número de praças de pedágio, os valores propostos, a não garantia da realização das obras e ainda a outorga onerosa que impede descontos.

A proposta sugere a criação de 15 novas praças de pedágio no estado que passariam das atuais 27 para 42. Com isso, o total de estradas pedagiadas no Paraná pode passar de 2.493 km para 3.327 km.

Estiveram presentes no debate: Evandro Rogério Roman, deputado federal; Rainer Zielasko, presidente do programa Oeste em Desenvolvimento; Dilvo Grolli, diretor presidente da Coopavel; e Edson Vasconcelos, vice-presidente da Fiep.

“Pedágios tiram competitividade do Paraná”

O diretor presidente da Companhia Agroindustrial de Cascavel (Coopavel), Dilvo Grolli, declarou durante o debate que os preços do pedágio no Paraná acabam tirando a competitividade diante de outros mercados. 

“Nós pagamos um dos pedágios mais caros do mundo, se não for o mais caro, e o mais caro do Brasil. Isso impacta diretamente no agronegócio. Para termos uma ideia, uma saca de soja, que sai de Foz do Iguaçu e vai até o Porto de Paranaguá, o produtor rural gasta 1% só de pedágio, não é de logística. No caso do milho, é mais de 1,7%”,

analisou Grolli.

Para o representante da Coopavel, esta mudança do governo federal não irá resolver o problema que o Paraná já vive nos últimos 24 anos. “Esse novo modelo proposto pelo Governo Federal, através do Ministério de Infraestrutura, ele é nada mais que uma continuidade com a mudança de alguns nomes”, comentou, alertando que o modelo limita o trabalho dos produtores, tirando a possibilidade de uma negociação melhor para o público final, que é o consumidor.

“Quem paga essa conta somos nós consumidores. É fácil fazer festa com chapéu dos outros”,

pontuou Grolli.

O presidente da Coopavel ainda destacou a importância das estradas do Paraná para o Brasil inteiro, como um acesso de ligação à região sul. Entretanto, os valores praticados em solo paranaense são bem superiores a estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. “Não podemos, jamais, nos calar com o que está acontecendo no Paraná nos últimos 24 anos e o que vai acontecer nos próximos 30 anos. Qual a diferença do Paraná com o Rio Grande do Sul?”, reforçou.

Grolli contou que está nesta luta para garantir um futuro para as gerações, visto que o novo modelo será aplicado nos próximos 30 anos. “Eu não posso deixar essa herança maldita para meus filhos e meus netos”, comentou.

Ao ser questionado pelo jornalista Marc Sousa sobre como garantir que as obras prometidas na assinatura do contrato sejam executadas, Grolli foi direto.

“Quando você faz um edital ou contrato você vai avaliar o potencial e idoneidade. Eu trabalho em uma empresa que faz contrato todo dia e todos executam as obras, porque fazemos contratos com empresas idôneas. Por isso eu falo que existe uma falácia aí que não vai cumprir o contrato. Não vão cumprir se você não souber escolher o parceiro que irá executar”,

finalizou.

Guilherme Becker
Guilherme Becker

Editor

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.