O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para declarar réu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). A decisão foi motivada após suposta interferência pró-tarifaço do parlamentar junto a autoridades dos Estados Unidos, o que configura crime de coação no curso do processo.

Até o fechamento dessa reportagem, votaram por tornar o deputado réu o relator do processo no STF, Alexandre de Moraes, além dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin. A ministra Cármen Lúcia ainda não proferiu o voto.
“A grave ameaça materializou-se pela articulação e obtenção de sanções do governo dos Estados Unidos da América, com a aplicação de tarifas de exportação ao Brasil, suspensão de vistos de entradas de diversas autoridades brasileiras nos Estados Unidos da América e a aplicação dos efeitos da Lei Magnitsky a este ministro relator”, disse Moraes.
Em setembro deste ano, Eduardo Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Paulo Gonet apontou que o deputado estava fazendo lobby junto aos norte-americanos para promover o tarifaço contra as exportações brasileiras, a suspensão de vistos de ministros do Governo Federal e ministros do STF.
A investigação foi conduzida pela Polícia Federal (PF) e o STF pode agora abrir uma ação penal contra Eduardo Bolsonaro.
O deputado está desde fevereiro deste ano nos Estados Unidos. Como a licença parlamentar de Eduardo Bolsonaro se encerrou, ele ainda pode sofrer processo de cassação na Câmara dos Deputados.
Eduardo Bolsonaro debocha de processo no STF: “Caça às bruxas”

Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro debochou do processo no STF, incluindo o voto de Alexandre de Moraes.
“Moraes vota para me tornar réu. Outros candidatos anti-establishment, como o próprio Jair Bolsonaro, e favoritos ao Senado sofrerão a mesma perseguição. É o sistema se reinventando para sobreviver. Tudo que sei é via imprensa, já que jamais fui citado. Por que Moraes não usa os canais oficiais com os EUA?”, escreveu.
*com informações da Agência Brasil
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