Eleições 2022: candidatos ao governo do PR somam mais de R$ 110 mil em propagandas no Facebook
As redes sociais elevaram a forma como a campanha eleitoral é organizada e planejada atualmente. O uso da internet permite que os candidatos se comuniquem diretamente com o eleitor e, ainda, trabalhem na construção e desconstrução das imagens dos partidos. De acordo com a Meta, os candidatos a governador no Paraná somam R$ 111.397 mil em propagandas eleitorais no Facebook. No caso dos candidatos à presidência, os valores chegam a R$ 2.091.175.
Um dos motivos do gasto dos candidatos e partidos em anúncios eleitorais reflete no impacto que o celular tem na vida dos brasileiros. Uma pesquisa de 2019 divulgada em uma conferência na London School of Economics pela Idea Big Data revela que, durante as eleições de 2018 no Brasil, a principal fonte de notícias para 32% do eleitorado entrevistado foi por meio de smartphones.
O Brasil conta com mais de 155 milhões de usuários de internet, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua: Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) 2021. O celular é o dispositivo de acesso mais utilizado (99%) e entre as atividades realizadas, destacam-se a utilização de redes sociais, com 76%, conforme aponta a pesquisa TIC Domicílios 2019, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).
Com o grande número de usuários na web, os candidatos buscam modernizar as campanhas com o objetivo de aproximar cada vez mais os eleitores. Desde o início das propagandas eleitorais do dia 16 de agosto até o dia 13 de setembro, o Facebook registrou 412 anúncios ativos feitos pelos candidatos a governador no Paraná, segundo a Meta. Já em relação às campanhas dos candidatos à presidência no país, os números são maiores: são 1.386 anúncios na ativa.
No Brasil, as eleições de 2010 foram as primeiras em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a utilização de sites relacionados a campanhas eleitorais. O Capítulo IV – “Da propaganda eleitoral na internet”, presente na Resolução No 23.551, de 18 de dezembro de 2017, dispõe sobre a propaganda eleitoral e as condutas ilícitas em campanha. O parágrafo 1o do artigo 22 [3] impõe limite à manifestação pessoal na internet a partir do momento em que haja ofensa a terceiros ou a divulgação de fatos inverídicos.
Ferramentas digitais de auxílio
A disseminação de conteúdo inadequado durante o período eleitoral foi um dos problemas destacados pela Meta. Segundo a empresa, cerca de oito milhões de contas são banidas por mês no aplicativo pelo que definem como “comportamento indesejável”. Ao longo das Eleições Municipais de 2020, 140 mil peças de conteúdo violavam as políticas de interferências nas eleições no Instagram e Facebook, só no primeiro turno.
Como meio para evitar que informações falsas sejam divulgadas na rede, algumas medidas foram tomadas pela organização: o desenvolvimento de um assistente virtual que permite aos eleitores interagir de forma direta com a autoridade eleitoral e receber informações sobre as eleições.
Em 2020, o canal exclusivo da Justiça Eleitoral com o WhatsApp recebeu mais de 5.229 denúncias, segundo o presidente do TSE. Além disso, 1.042 contas foram banidas após dispararem informações em massa naquele pleito.
Neste ano, a parceria continua. O desenvolvimento do assistente virtual (chabot) permite que os eleitores interajam com o TSE para acessar informações importantes, como tirar ou regularizar o título de eleitor e verificar o local de votação.
A prática de disseminação em massa de informações falsas não é nova. Em dezembro de 2019, após sugestão apresentada pelo WhatsApp, o TSE aprovou a regulamentação proibindo o disparo de mensagens em massa por meio eletrônico nas Eleições Municipais de 2020. No ano seguinte, o aplicativo também colaborou com o debate público e participou, mais uma vez, da audiência pública para discussão das normas de regulamentação das Eleições de 2022.
Financiamento de campanhas
O valor reservado às eleições de 2022 é de R$ 4,9 bilhões, número disponibilizado pelo Tesouro Nacional. Os recursos foram distribuídos, com base em critérios específicos, entre os 32 partidos políticos registrados no TSE. Caso os recursos não sejam utilizados, eles devem ser devolvidos à conta do órgão.