A convenção que o PMDB realiza nesta sexta-feira (20), em Curitiba, será decisiva para definir todo o cenário da campanha eleitoral no Paraná. Em meio a um clima tenso, cerca de 700 delegados decidirão se o partido terá candidato próprio ou integrará a coligação do PSDB, apoiando a reeleição do governador Beto Richa. A votação ocorre até as 15 horas, na sociedade Urca.

O senador Roberto Requião briga para sair candidato, numa tentativa de governar o estado pela quarta vez. Na última terça-feira (17), o ex-governador Orlando Pessuti desistiu de também disputar a vaga.

Na opinião de especialistas, a decisão do PMDB tem um peso forte nas eleições deste ano e pode inclusive definir se o pleito terá ou não segundo turno. De acordo com o cientista político Ricardo Oliveira, da UFPR, dois cenários diferentes podem ser observados. Caso o PMDB decida pelo apoio ao PSDB, a eleição, apesar de ser disputada, poderá ser decidida já no primeiro turno. “A candidatura do Requião é uma ameaça para a campanha do Beto Richa e a garantia de segundo turno”, diz.

Já o cientista político Mario Sérgio Lepre, da PUCPR,  não acredita num cenário tão claro. “Haverá um reforço na campanha [do PSDB], mas não acredito que mesmo com o apoio do PMDB, a eleição será decidida no primeiro turno. Teremos uma disputa acirrada”, diz.

Para ele, há chance de outros nomes crescerem durante a campanha eleitoral e se apresentarem como alternativa. Mas, caso o partido decida pelo apoio à candidatura de Requião, o governo ficará enfraquecido para conseguir emplacar a reeleição de Richa. “Com Requião na disputa não há dúvidas de que teremos segundo turno”, aposta.

De acordo com a legislação eleitoral, os partidos políticos têm até o dia 30 de junho para realizarem as convenções e oficializarem as candidaturas ou coligações.