Beto Richa foi preso a pedido do MPF (Foto: Reprodução/RICTV)

Beto Richa e sua esposa, Fernanda, prestaram depoimento na tarde desta sexta-feira (14)

O ex-governador do Paraná Beto Richa preferiu manter silêncio durante o seu depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, em Curitiba, nesta sexta-feira (14).

Segundo Leonir Batisti, coordenador do Gaeco, Richa não quis se manifestar nem quando indagado sobre algum assunto. “O ex-governador Beto preferiu silenciar e silenciou integralmente e não quis sequer fazer comentários sobre alguns aspectos que lhe foram perguntados”, disse durante coletiva de imprensa.

Enquanto o marido não quis se manifestar, Fernanda Richa optou por falar. Ainda segundo Batisti, durante o seu depoimento a ex-secretária atribuiu ao contador da família – Dirceu Pupo, também preso na terça (11) – todos os atos. “Ela, principalmente, explicou que as eventuais responsabilidades das questões cabiam ao administrador da empresa da família ou das empresas da família. Especificamente, ao contador Pupo, em quem ela disse ter confiança e, portanto, era ele que realizava todas as atividades na administração da sociedade”, informou.

Ambos estão presos desde a manhã de terça-feira (11), quando foram surpreendidos em seu apartamento por agentes do Gaeco, durante a Operação Rádio Patrulha. A ação investiga o pagamento de propina para agentes públicos, lavagem de dinheiro e direcionamento de licitações de empresas durante o programa do governo estadual ‘Patrulha do Campo’, além de obstrução da Justiça. De acordo com a promotoria, Beto fazia lavagem de valores ilícitos com apoio da mulher, Fernanda Richa.

A prisão temporária do casal vence no sábado (14), caso não seja prorrogada. O MP-PR deve decidir ainda nesta sexta sobre o pedido de delonga das detenções. Na quinta-feira (13), Beto e Fernanda Richa tiveram os pedidos de habeas corpus negados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O casal está detido no alojamento do Estado-Maior, dentro do Regimento de Polícia Montada Coronel Dulcídio em Curitiba. (Foto: Reprodução/Instagram)

Outros depoimentos da Operação Rádio Patrulha

Edson Casagrande, ex-secretário de Assuntos Estratégicos no governo de Richa e André Felipe Bandeira, irmão do advogado Túlio Bandeira, também prestaram depoimentos nesta sexta. Segundo o coordenador do Gaeco, André disse que apenas fazia serviços secundários com base nas orientações de seu irmão Túlio. Já sobre as declarações de Casagrande, Batisti preferiu não entrar em detalhes. “O ex-secretário mencionou algumas coisas que não vem ao caso eu entrar aqui. Mas enfim, o Edson Casagrande ficou uma hora lá e mencionou algumas situações inerentes aos contratos ”.

*Com informações de Maurício Freire, repórter da RICTV Curitiba