O ex-presidente Fernando Collor de Mello teve recurso negado na noite desta quinta-feira (23) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e será preso nas próximas horas.

Moraes recurso da defesa de Collor para rever a condenação a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um dos processos da Operação Lava Jato.
Em 2023, Collor foi condenado pelo STF em um dos processos da Lava Jato. Conforme a condenação, o ex-presidente e ex-senador, como antigo dirigente do PTB, foi responsável por indicações políticas para a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, e recebeu R$ 20 milhões em vantagens indevidas em contratos da empresa. Segundo a denúncia, os crimes ocorreram entre 2010 e 2014.
Na decisão, Alexandre de Moraes considerou que os recursos protocolados pela defesa de Collor são protelatórios para evitar o fim do processo.
“A manifesta inadmissibilidade dos embargos, conforme a jurisprudência da Corte, revela o caráter meramente protelatório dos infringentes, autorizando a certificação do trânsito em julgado e o imediato cumprimento da decisão condenatória”, decidiu o ministro.
Moraes também solicitou ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, a convocação de uma sessão virtual para referendar sua decisão. O julgamento virtual será realizado nesta sexta-feira (25).
Quem é Fernando Collor de Mello, que será preso a pedido de Alexandre de Moraes?

Fernando Collor de Mello é filho de Arnon Afonso de Farias Mello, figura importante da política de Alagoas, e começou cedo na política, sendo eleito prefeito de Maceió (AL) aos 30 anos, em 1979.
Após ser eleito para cargos como deputado federal e governador em Alagoas, Collor disputou as eleições presidenciais de 1990 contra nomes mais consolidados na política, como Leonel Brizzola, Ulysses Guimarães e Mário Covas, mas conseguiu surpreender e chegou ao segundo turno para enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva.
Após intensa campanha, Collor venceu Lula e se tornou o 32º presidente do Brasil. Mas com um mandato marcado por escândalos de corrupção e medidas impopulares, como o confisco das poupanças, ele se tornou o primeiro presidente a sofrer o processo de impeachment, em 1992.
Collor perdeu os direitos políticos por oito anos e retornou a política somente em 2006, quando foi eleito para o primeiro de dois mandatos consecutivos de senador.
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