Ao pedir atuação responsável dos colegas, senadora disse que “não se pode jogar gasolina na fogueira”

A ex-ministra da Casa Civil e atual senadora pelo Paraná Gleisi Hoffmann (PT) acusou de os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) de “oportunismo” na discussão sobre o julgamento das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff. A senadora disse que a Corte “nunca se preocupou seriamente” com essas questões e ressaltou que parecem normais as práticas como a de postergar pagamentos, as chamadas pedaladas fiscais. As pedaladas já foram usadas usadas por governos anteriores e também por governadores e prefeitos.

“Só peço o favor a esses senhores, que já foram políticos, que já usaram tribuna e que se manifestam politicamente: parem de dizer que suas razões são técnicas porque, além disso não ser verdadeiro, é feio. É muito feio”, criticou ela, em discurso no plenário.

Gleisi Hoffmann afirma que há “vários” ministros “engajados” no esforço de inviabilizar o mandato da presidente Dilma. Segundo ela, os “ministros políticos”, a maioria do colegiado, são os mais esforçados nessa tarefa.

A petista fez uma alusão ao senador Aécio Neves, presidente do PSDB, dizendo que são os perdedores de 2014 que têm investido no julgamento das contas do governo pelo TCU. Uma decisão desfavorável dos ministros poderia levar o Congresso a abrir processo de impeachment contra a presidente. Gleisi criticou lideranças da oposição que, embora não defendam o afastamento de Dilma, começaram a defender a novas eleições imediatas.

A senadora intimou os senadores a ter uma atuação mais responsável diante da aprovação de pautas que influenciem nos cofres públicos. Para ela, essas propostas não são contra o governo ou contra a presidente Dilma, mas sim contra o País. “Não dá para jogar gasolina na fogueira”, afirmou.