Richa destacou que o governo federal deve considerar a redistribuição dos royalties como uma forma de compensar todos os estados pelas perdas de arrecadação e pelas responsabilidades que estão sendo transferidas às administrações regionais pela União. Ele também considera fundamental que os municípios recebam parte dos recursos. “Temos que defender os interesses de nossa população”, declarou.
O governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, entregou um estudo realizado pelo senador Wellington Dias, que detalha o impacto da nova distribuição dos royalties do petróleo. O trabalho demonstra que não haverá impactos relevantes na arrecadação de nenhum dos estados brasileiros. “Nós temos que definir nosso horizonte futuro que não se apresenta promissor”, afirmou.
O secretário do Planejamento do Rio Grande do Sul, João Motta, que representou o governador Tarso Genro, disse que os governantes, mesmo sendo da base da presidente Dilma Roussef, não podem se omitir. “Poderemos ter um quadro ainda mais difícil para gerir nossos estados. É preciso pressionar o governo federal para que ele sinalize uma janela de compensação”, destacou.
Dívidas – Os membros do Codesul também debateram as dificuldades com o pagamento das dívidas estaduais com o governo federal. Segundo Richa, a dívida do Paraná não baixa por conta dos altos juros cobrados pela União. “A União não pode continuar tirando a nossa condição de investir em obras para a melhoria da qualidade de vida da população”, reforçou.
O secretário da Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly, detalhou o posicionamento do Codesul contrário às medidas que prejudicam a arrecadação estadual. Ele explicou que o Paraná deve perder R$ 750 milhões em receitas, somados os anos de 2012 e 2013, devido às mudanças determinadas pelo governo federal nas tarifas do setor energético.
BRDE – O Codesul também anunciou nesta terça-feira a capitalização do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que terá aporte financeiro superior a R$ 685 milhões no próximo ano. O capital é cerca de oito vezes maior que o atual, de R$85 milhões.
A media soluciona o problema de esgotamento da capacidade de alavancagem operacional do BRDE, provocado pelo crescimento expressivo dos contratos de financiamentos. O último aporte de capital ao banco há 20 anos, feito pelo então governador José Richa. “É uma medida extremamente importante, pois o banco auxiliará nossos estados com investimentos e recursos maiores”, disse Beto Richa.