Com a intenção de impedir votação do pacote de econômico do Governo do Estado, os professores interditaram todas as entradas da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), no Centro Cívico de Curitiba, na manhã desta quinta-feira (12). Acampados no local desde segunda-feira (09), quando deram início à greve geral nas escolas estaduais de todo o Estado, os educadores e outros servidores deram os braços em volta do prédio e sentaram-se no chão em todos os portões que dão acesso à Casa, impedindo qualquer deputado ou servidor de entrar no local.
Os deputados pretendem votar nesta quinta-feira (12) o pacote de medidas econômicas do Governo do Paraná, que atingem direitos dos trabalhadores, especialmente dos professores da rede pública. Nesta quinta, os professores amanheceram o segundo dia dentro do plenário da Alep, terceiro de greve geral na educação.
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A Procuradoria Geral do Estado do Paraná conseguiu na madrugada de quarta-feira (11) um mandado de reintegração de posse para que os manifestantes desocupem imediatamente o prédio da Alep, ocupado desde a tarde de terça-feira (10) por servidores públicos estaduais e estudantes.
O três líderes da invasão, Hermes Silva Leão, Cleci Martins e Giovani Vieira, estão sujeitos a pagar multa de R$ 10 mil por cada hora de atraso na desocupação, mesmo assim, a saída dos manifestantes parece longe de acontecer. O movimento promete ocupar o plenário enquanto o “pacotaço” de Beto Richa não seja retirado da pauta.
Com o plenário completamente tomado por grevistas, as sessões estão acontecendo no antigo refeitório da casa, que foi improvisado para receber os 54 parlamentares, demais trabalhadores e a imprensa. Um grupo de oito deputados se recusa a participar das sessões enquanto não for aberto um canal de dialogo com os trabalhadores em greve.
Em nota, os deputados do boicote afirmam rechaçar veementemente a realização de sessão em local que não seja o plenário. “O fato representa um grave atentado à participação popular no processo legislativo estadual”, afirmam. Ainda segundo a nota, a invasão da Assembleia é resultado da falta de diálogo e intransigência do governo Beto Richa (PSDB) e da base aliada na Alep na condução do processo que visa a aprovação do “pacote de maldades”.
Greve dos professores do Paraná continua sem previsão para acabar
Enquanto os trabalhadores da educação e demais categorias de servidores estaduais manifestam contra o Governo do Paraná e contra os deputados, mais de 900 mil alunos de 2 mil escolas estaduais de Curitiba, Região Metropolitana e demais cidades do Estado estão sem aulas. O início do ano letivo na rede pública deveria ter acontecido na segunda-feira (09).
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato), a greve dos professores continua enquanto o Governo não recuar das propostas. A professora Walkíria Mazeto, diretora educacional da APP, afirma que um plano de reposição das aulas perdidas será formulado assim que o anuncio do fim da greve seja feito, o que segue sem previsão.