A paralisação do Samu de Maringá foi suspensa nesta quarta-feira (10). Os servidores entraram novamente em negociação com a prefeitura e aceitaram a proposta para a categoria. De acordo com o Sismmar (Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá), porém, os trabalhadores mantêm o indicativo de greve, que pode voltar a qualquer momento se a administração não cumprir os acordos assumidos.
Conforme a vice-presidente do Sismmar, Solange Marega, os socorristas consideraram que houve avanço, já que a prefeitura se comprometeu a atender parte das exigências. Em relação ao salário: “A administração não colocou um ponto final, mas garantiu que o Samu vai ter prioridade na revisão do Plano de Carreira, [Cargos e Remuneração], que deve acontecer em novembro, ou mesmo em outubro”, explica.
Solange afirma que já nesta terça-feira o atendimento será normalizado e que o Poder Executivo garantiu que os trabalhadores não terão desconto no pagamento por esses dias de greve. Ela garante que o sindicato vai “acompanhar bem de perto os compromissos assumidos pela prefeitura.”
Luta por melhores salários
Desde a segunda-feira (8), os servidores do atendimento móvel emergencial da cidade estão em greve por reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho. O sindicato que representa a categoria exige que a remuneração desses profissionais, que atualmente é inferior à R$ 1.100, seja aumentada para, no mínimo, R$ 1.400.
Propostas da prefeitura
De acordo com a assessoria, estão em processo licitatório a ampliação da frota de ambulâncias, a implantação de vale refeição e a construção de uma área própria para limpeza dos veículos.
Os pedidos de remuneração e cálculo de férias conforme a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), bem como novos valores para o pagamento de insalubridade serão atendidos a partir do próximo pagamento. O recebimento de horas extras nos feriados, conforme a administração, também já está sendo feito.
Já o novo salário da categoria será definido depois da revisão do PCCR.
Prefeitura notifica Sismmar
O Sismmar foi notificado pela prefeitura nesta terça-feira (9) para que não permitisse a paralisação total das atividades durante a greve. Conforme a assessoria, a ação foi feita em cumprimento à recomendação do Ministério Público (MP).
A vice-presidente do Sismmar, Solange Marega, acredita que a atitude foi desnecessária. “Os servidores já cumprem a exigência, 60% dos trabalhadores estão atendendo. Agora eu pergunto: quem notificou a prefeitura quando ela mantinha uma única ambulância do Samu?”, revolta-se.
Para a prefeitura, a medida foi preventiva, já que o sindicato havia declarado que, se após 72h de greve nada fosse resolvido, o atendimento poderia ser reduzido pela metade. “Não existe uma porcentagem determinada, mas 30% é o padrão. Nós não estamos fugindo da lei”, contesta Solange. A assessoria do Poder Executivo, por outro lado, informa que o mínimo exigido em serviços essenciais é de 50%.
A advogada Jacqueline Cenerini Jacomini explica que não há um percentual fixo para casos de greve em serviços essenciais, pois depende da quantidade de médicos por habitantes. “O percentual mínimo de profissionais que devem ser mantidos no trabalho é definido por acordo entre os sindicatos da categoria.”