O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), recebeu neste sábado (22) o grupo de cinco educadoras dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) para negociar o fim do protesto iniciado por elas na noite anterior.
Por volta das 21h desta sexta-feira (21), o grupo, formado por educadoras e dirigentes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), se acorrentou à sede da Prefeitura da Capital, no Centro Cívico, e deu início a uma greve de fome. O objetivo era pressionar o prefeito Gustavo Fruet a receber o grupo a fim de discutir as reivindicações da categoria. Os educadores municipais estão em greve há cinco dias.
De acordo com a Prefeitura, Fruet recebeu as manifestantes “para reafirmar a disposição da administração municipal para o diálogo e a valorização da categoria”. Durante a reunião, ficou acordado que até o dia 8 de abril serão apresentados os estudos de impacto financeiro da proposta do Sismuc de redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais.
Segundo a administração Municipal, os impactos serão calculados a partir de dados fornecidos por um grupo de trabalho que será retomado na próxima segunda-feira (24), com representantes da Prefeitura e do sindicato. São considerados quatro cenários – três de redução da jornada e o outro de enquadramento na proposta do plano de carreira que se encontra em estudo.
“É uma decisão que não pode ser tratada como um simples ato de vontade. É preciso responsabilidade para avaliar o impacto, que terá efeito permanente”, disse o prefeito Gustavo Fruet durante a reunião. No encontro, o prefeito lembrou os avanços assegurados pela Prefeitura nos últimos meses, entre os quais o reajuste salarial de 36,48% concedido aos educadores no ano passado, superando largamente a inflação.
Também participaram da reunião os secretários da Educação, Roberlayne Borges Roballo; de Governo, Ricardo Mac Donald Ghisi; e de Recursos Humanos, Meroujy Cavet; e o superintendente da Secretaria de Recursos Humanos, Christian Luiz da Silva.
Logo após o encontro com o prefeito, o Sismuc realizou uma assembleia com os educadores que aguardavam pelo fim da reunião em frente à Prefeitura, onde ficou decidido que a greve está encerrada. ” Nós encerramos a greve em respeito à população de Curitiba e às crianças, que são as maiores prejudicadas. Resolvemos assim, dar um voto de confiança ao prefeito Gustavo Fruet e esperamos que até o dia 08 (de abril) ele dê uma resposta positiva às nossas reivindicações.”, afirmou Irene Rodrigues, que integra o corpo de dirigentes do Sismuc.
Irene foi umas das educadoras que se acorrentou ao prédio da Prefeitura e, junto com as colegas Alessandra Oliveira, Ana Paula Cozzolino, Poliana, Fabíola e Michele, parou de se alimentar até que o prefeito de Curitiba as recebesse pessoalmente.
Esta semana, representantes do sindicato foram recebidos quatro vezes na Prefeitura, pelos secretários de Governo, da Educação, de Recursos Humanos e pela vice-prefeita e secretária municipal do Trabalho, Mirian Gonçalves. O prefeito Gustavo Fruet também se dispôs a receber o sindicato na quinta-feira, mas não compareceu ao encontro. “Foi preciso esse ato radical para que a Prefeitura entendesse que nós queríamos conversar com o Prefeito, e não com seus secretários”, declarou Irene.
Segundo o Sismuc, dos quase quatro mil educadores dos CEMEIs, mais de dois mil aderiram à greve que durou cinco dias.
As cinco manifestantes continuaram acorrentadas até o final da assembléia dos educadores, por volta das 16h. Depois que o encontro terminou elas seguiram para a primeira refeição em quase 19 horas.
Justiça
Na última quarta-feira (19), a greve dos educadores dos CMEIs foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Em caráter liminar, o juiz Jefferson Alberto Johnsson estabeleceu multa diária de R$ 80 mil caso a paralisação continuasse. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba informou que está recorrendo da decisão.