O braço político do esquema de corrupção e pagamento de propina na Petrobras, deflagrado na Operação Lava Jato, só deve ser investigado em 2015. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai esperar a volta do recesso do Judiciário, em fevereiro, para encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) os pedidos de abertura de inquérito contra parlamentares e autoridades citados nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

 

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O Poder Judiciário entra em recesso de fim de ano na próxima sexta-feira (19), enquanto que o STF permanece em esquema de plantão até o dia 31 de janeiro. Nesse período, apenas medidas urgentes teraão decisões do ministro em plantão.

Janot já havia informado, depois de análisar as delações de Youssef e Paulo Roberto Costa, que tinha elementos suficientes para pedir ao STF o “desmembramento” dos casos de políticos envolvidos. Os inquéritos contra parlamentares, autoridades com prerrogativa de foro privilegiado e casos em que a atuação no esquema estiver diretamente ligada aos políticos irão permanecer no Supremo.

A PGR já encaminhou a delação de Alberto ao relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki. Cabe ao ministro homologar a delação, assim como fez no caso de Paulo Roberto Costa.

Nas delações feitas em Curitiba (PR), Youssef e Costa citaram “dezenas” de parlamentares, relatando detalhes de repasses para políticos como os senadores petistas Gleisi Hoffmann (PR) e Humberto Costa (PE), além de partidos como PP e PMDB e do tucano Sérgio Guerra, que morreu em março. Além disso, a Polícia Federal interceptou diálogos entre Youssef e os deputados André Vargas (sem partido-PR) e Luiz Argôlo (SD-BA).