Relação envolve pagamentos a pessoas com foro por prerrogativa de função, como deputados e senadores, e, portanto, deve ser remetida ao Supremo

O juiz federal Sérgio Moro deve enviar nesta segunda-feira
(28) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a
lista de pagamentos que teriam sido feitos a cerca de 200 políticos
,
apreendida em uma busca da Polícia Federal na casa de Benedicto Barbosa da
Silva Júnior, um dos executivos da Odebrecht, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, conhecida como
Acarajé, deflagrada no mês passado.

De acordo com análise premiliminar feita por Moro, a lista
envolve pagamentos a pessoas com foro por prerrogativa de função, como
deputados e senadores, e, portanto, deve ser remetida ao Supremo, instância
responsável por esses processos.

Em despacho na última sexta-feira (25), no qual libertou
nove presos temporários na 26ª fase da Operação Lava Jato, identificada como
Operação Xepa, o juiz disse que ainda não é possível avaliar a legalidade dos
pagamentos, sendo que a Odebrecht é uma das maiores doadoras para campanhas
políticas.

“Os pagamentos retratados nas planilhas encontradas na
residência do executivo Benedi­cto Barbosa podem ser doações eleitorais lícitas
ou mesmo pagamentos que não tenham se efetivado”. diz Moro. “A
cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Supremo
Tribunal Federal”.

Na quarta-feira (23), Moro colocou em segredo de Justiça a
lista de pagamentos. A medida foi tomada pelo juiz após a relação ter sido
anexada ao processo sobre as investigações da  Lava Jato e  divulgada
pela imprensa.