Na tarde desta terça-feira (2), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal retomou o julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado, que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus. Na volta do almoço, as defesas dos réus fazem as sustentações orais. A expectativa é de que a sessão seja tomada pelas manifestações.

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Advogado de Mauro Cid fala sobre delação premiada (Foto: Reprodução/ STF)

O primeiro pronunciamento está sendo feito pelo advogado Jair Alves Pereira, que representa o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Cid é delator e por isso sua defesa se manifesta antes dos demais réus da ação. Cada defesa terá uma hora para apresentar seus argumentos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que Cid foi peça-chave na tentativa de golpe e que sua posição estratégica como “homem mais próximo do presidente da República” foi fundamental para viabilizar, na prática, os objetivos da organização criminosa.

“Além de cuidar da burocracia do dia a dia presidencial, atuava nos bastidores, costurava reuniões e decifrava intenções presidenciais com precisão para a consecução dos fins da organização criminosa”, diz a acusação.

Como se manifesta a defesa de Mauro Cid

O advogado Jair Alves Pereira lembrou de mensagens em que Cid divulgadas pela revista Veja em que o delator citava a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “Não é coação, reclamar do delegado da PF é direito”, destacou.

A defesa de Cid espera que os advogados dos demais réus ataquem a delação premiada do militar com vistas a tentar derrubar as alegações contra Bolsonaro e aliados. Em resposta, Pereira destacou que a validade da delação de Cid foi reiterada em “mais de uma oportunidade.

Ainda com relação aos áudios, Pereira chegou a brincar com Moraes, destacando que, nas mensagens divulgadas pela Veja, Cid também citava o relator da ação penal. Moraes sorriu. “Vossa excelência deve estar acostumado com isso”, disse o advogado. “Se o ministro Alexandre de Moraes tivesse declarado minha prisão também teria reclamado dele e isso não sairia no jornal”, afirmou, destacando que os áudios vazados em “nenhum momento” tratam do teor da delação premiada do militar.

Uma eventual anulação da delação premiada prejudicaria Cid, que corre risco de perder os benefícios firmados em acordo com a PF. Mas a PGR sustenta que a delação foi apenas um ponto de partida para as provas e, por isso, o processo no Supremo não seria encerrado. Há suspeitas de que ele teria utilizado um perfil falso no Instagram para manter contato com a defesa de outro réu, o que configuraria um descumprimento das medidas cautelares

A defesa, no entanto, contesta os argumentos levados pelos demais réus sobre tais conversas. O principal questionamento é quanto à ata que teria sido apresentada pelo advogado Eduardo Kuntz, que defende Marcelo Câmara (réu do núcleo 2 da ação penal do golpe). Os advogados de Cid dizem que o documento não é válido.

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Daniela Borsuk

Editora-chefe

Daniela Borsuk é editora-chefe do portal RIC.com.br. Formada pela PUC-PR, tem pós-graduação em Jornalismo Digital e cursos voltados à gestão e liderança. Trabalha com jornalismo hard news desde 2016. Atualmente se dedica a matérias das editorias de Segurança, Política, Cultura, Serviços e cobertura de casos de repercussão.

Daniela Borsuk é editora-chefe do portal RIC.com.br. Formada pela PUC-PR, tem pós-graduação em Jornalismo Digital e cursos voltados à gestão e liderança. Trabalha com jornalismo hard news desde 2016. Atualmente se dedica a matérias das editorias de Segurança, Política, Cultura, Serviços e cobertura de casos de repercussão.