O deputado estadual Ricardo Arruda (PL) será alvo de inquérito da Polícia Federal (PF) por ataques contra a deputada Ana Júlia (PT). A ordem para a abertura do procedimento partiu do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), sob a acusação de que o político pode ter praticado violência política de gênero.

montagem da deputada Ana Júlia (PT) e do deputado Ricardo Arruda (PL), ambos durante discurso na Alep
A Procuradoria Regional Eleitoral também foi favorável à abertura do inquérito. (Fotos: Orlando Kissner/Alep)

Se condenado, o deputado pode pegar até quatro anos de prisão, obrigatoriedade de pagamento de multa e ter seus direitos políticos cassados durante o cumprimento da pena. As informações foram divulgadas em primeira mão pelo Blog Politicamente, e revelam que a autorização para a abertura da investigação foi dada pelo desembargador eleitoral Osvaldo Canela Júnior na sessão do TRE do último dia 3.

Apesar do caso estar em segredo de justiça, o Politicamente apurou que o TRE, por unanimidade de votos, também fixou a competência do tribunal para julgar o caso. A PF agora tem 90 dias para cumprir as diligências.

Dentre os pontos de acusação contra Ricardo Arruda, estão ataques contra Ana Júlia durante sessões na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) de abril e maio de 2025.

Durante sessão do dia 12 de maio, por exemplo, o deputado afirmou que a “deputada Ana Júlia não trabalha, ela brinca de ser parlamentar. Brinca!”. Em outro trecho questiona: “Por quê que o deputado Arruda é perseguido por uma pessoa que tem problema cognitivo, que não entende o Regimento Interno?”, disse se referindo a petista.

Arruda também afirmou que Ana Júlia “deu um piti e fez aquele show dela pra fazer cortinho pra por na página dela e ganhar seguidor”.

Na peça de denúncia, a equipe da parlamentar afirma que em nenhum momento o deputado buscou o debate político, mas somente ataques, como no mês de abril, quando Arruda criticou as roupas de trabalho de Ana Júlia, afirmando que ela parecia estar em um Diretório Acadêmico.

Ricardo Arruda responde a abertura de inquérito da PF

Em nota enviada ao Blog Politicamente, o deputado Ricardo Arruda afirmou que ainda não foi formalmente citado da decisão do TRE do Paraná e que o caso é uma narrativa de cunho político do PT.

“Mais uma vez, observa-se que um Blog de notícias consegue informações antes mesmo de o parlamentar diretamente envolvido ser oficialmente notificado. Até o presente momento, o Deputado Ricardo Arruda não foi formalmente citado acerca da decisão proferida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR)”.

O deputado cita ainda que “manifesta sua convicção de que se trata de mais uma narrativa de cunho político, associada a integrantes do Partido dos Trabalhadores – PT, reafirmando, de forma categórica, nunca ter praticado qualquer ato de violência de qualquer tipo ou gênero no âmbito desta Casa de Leis, nem fora dela”.

Por fim, ressalta que “se pronunciará de maneira técnica, responsável e fundamentada, tão logo tenha acesso integral ao teor da decisão e possa exercer plenamente o seu direito constitucional de defesa, em observância aos princípios do devido processo legal e da ampla defesa”.

Resposta da deputada Ana Júlia

Procurada pelo portal Ric através de sua assessoria de imprensa, a defesa da deputada Ana Júlia afirmou:

“Em razão das diversas falas e atos praticados pelo Deputado Ricardo Arruda em desfavor da Deputada Ana Júlia, que, em nosso ver, caracterizaram o crime de violência política de gênero, ingressamos perante o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná com pedido de apuração das práticas pelas autoridades competentes, visando a apuração dos fatos.

A decisão proferida pela Tribunal é inaugural e acertada e, após instaurado, procedimento criminal deverá cumprir todos os requisitos legais, com as garantias defensivas devidas. Em razão do processo estar atualmente em segredo de justiça não adentraremos ao mérito dos fatos. É o que tínhamos a esclarecer sobre o caso.”

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Erick Mota posando para foto
Erick Mota

Editor-chefe

Jornalista há mais de 10 anos, atuou como repórter de rede em Brasília, onde se especializou em jornalismo político. Participou de coberturas no STF, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também cobriu o caso Lázaro Barbosa e morte da cantora Marília Mendonça. Produziu documentários e reportagens especiais por todo Brasil. Possui uma paixão especial em fotografia e jornalismo cultural. Apresentou programas de TV e podcasts durante toda a carreira.

Jornalista há mais de 10 anos, atuou como repórter de rede em Brasília, onde se especializou em jornalismo político. Participou de coberturas no STF, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também cobriu o caso Lázaro Barbosa e morte da cantora Marília Mendonça. Produziu documentários e reportagens especiais por todo Brasil. Possui uma paixão especial em fotografia e jornalismo cultural. Apresentou programas de TV e podcasts durante toda a carreira.