Foz do Iguaçu - Durante a Expo Paraguay Brasil 2025, evento que promete movimentar mais de US$ 300 milhões em negócios e consolidou a parceria entre o governo paranaense e o Paraguai, empresários brasileiros destacaram os benefícios fiscais e operacionais da chamada Lei Maquila. Um deles foi Francisco Ferraes Neto, CEO da Seyconel, que desde 2023 vem estruturando operações no país vizinho com foco na exportação.

Maquinário exposto na Expo Paraguai Brasil 2025
A feira marca o maior encontro de negócios bilaterais entre os dois países no Paraguai e tem programação até a próxima quarta-feira (10). (Foto: Erick Mota/Ric.com.br)

A feira marca o maior encontro de negócios bilaterais entre os dois países no Paraguai e tem programação até a próxima quarta-feira (10)

A Lei Maquila, em vigor no Paraguai desde 1997, é um regime de incentivos para empresas estrangeiras que produzem no país com, pelo menos, 90% de sua produção destinada à exportação. O modelo oferece vantagens como tributação de apenas 1% sobre o valor agregado, isenção de impostos para importação de insumos e equipamentos e redução de custos com energia e mão de obra.

Segundo Ferraes, o processo de implantação exige planejamento. “Você apresenta um projeto, esse projeto tem que ser aprovado e a sua operação tem que estar de acordo com esse projeto apresentado. A lei aqui é bastante rigorosa”, afirma. Segundo o empresário, mesmo com as exigências, os benefícios fiscais compensam. “A questão tributária aqui é muito favorável.”

O empresário também elogiou a qualidade da mão de obra paraguaia. “Você tem que qualificar, mas uma vez qualificada, ela é muito dedicada e competente”, destacou, ressaltando ainda o acesso a matérias-primas com preços mais competitivos que no Brasil.

Vantagens da Lei Maquila para exportar e alcançar grandes compradores

Visitantes na Expo Paraguai Brasil 2025
Lei Maquila está vigente no Paraguai desde 1997. (Foto: Erick Mota/Ric.com.br)

Um dos maiores ganhos com a operação paraguaia, segundo o CEO da Seyconel, está na competitividade internacional. “Você ganha competindade em preço, apesar dos desafios logísticos. Mas quando você vê isso como um todo, é muito mais competitivo para exportar”, afirmou.

Ferraes explicou que, no Brasil, sua empresa enfrentava dificuldade para alcançar grandes compradores.

“Algumas grandes empresas no Brasil nós não podíamos acessar… A partir da Maquila, tendo o certificado de origem do Mercosul, podemos ser competitivos e acessar essa camada de grandes compradores que já têm o hábito de importar.”

A ida ao Paraguai foi fruto de uma iniciativa do Sebrae, com apoio do Governo do Paraná, que levou empresários paranaenses para conhecer oportunidades de negócios no país. “Foi um esforço para que nós pudéssemos ter ciência da possibilidade que existe de fazer negócios com o Paraguai, para a América Latina e também para o Brasil”, disse Ferraes.

Expansão confirmada

Ao ser questionado se a realidade da empresa mudou desde a entrada no regime da Maquila, o executivo foi direto: “Com certeza.” E completou: “Nós inclusive fomos muito bem recebidos, muito bem defendidos e queremos acelerar a nossa expansão aqui.”

A fala de Francisco Ferraes Neto vai no mesmo sentido do que o presidente do Paraguai, Santiago Peña, e o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), vêm destacando nos encontros bilaterais: a integração estratégica entre os dois países pode ser um caminho para driblar entraves como o recente “tarifaço” dos Estados Unidos e transformar o Paraguai em hub de exportação para empresas paranaenses.

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Erick Mota posando para foto
Erick Mota

Editor-chefe

Jornalista há mais de 10 anos, atuou como repórter de rede em Brasília, onde se especializou em jornalismo político. Participou de coberturas no STF, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também cobriu o caso Lázaro Barbosa e morte da cantora Marília Mendonça. Produziu documentários e reportagens especiais por todo Brasil. Possui uma paixão especial em fotografia e jornalismo cultural. Apresentou programas de TV e podcasts durante toda a carreira.

Jornalista há mais de 10 anos, atuou como repórter de rede em Brasília, onde se especializou em jornalismo político. Participou de coberturas no STF, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também cobriu o caso Lázaro Barbosa e morte da cantora Marília Mendonça. Produziu documentários e reportagens especiais por todo Brasil. Possui uma paixão especial em fotografia e jornalismo cultural. Apresentou programas de TV e podcasts durante toda a carreira.