Lula pede pra fechar espaço aéreo sobre terra indígena Yanomami
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, nesta segunda-feira, 30, o fechamento do espaço aéreo sobre terra indígena Yanomami. A decisão também se estende ao tráfego fluvial. O objetivo é impedir o transporte de insumos para abastecer o garimpo ilegal.
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Neste domingo, 29, reportagem do Estadão revelou uma profusão de rotas aéreas clandestinas, com atividade constante dentro e fora do território nacional, mantida pelo crime organizado para extrair ouro e cassiterita da terra indígena Yanomami.
Os mapas que traçam a movimentação da atividade ilegal revelam que essas rotas não se limitam a viagens realizadas entre os garimpos e os principais municípios do Estado ou a capital, Boa Vista. Há constante movimentação, também, dentro da Venezuela, com locais frequentes de acesso no país vizinho, que faz fronteira com boa parte da terra indígena Yanomami.
Dentro da terra indígena, a via aérea é a principal rota de acesso aos garimpos ilegais, sendo o meio usado não só para transportar o minério extraído, mas também insumos básicos da atividade criminosa, como combustível, peças e alimentos. Os rios são a segunda forma de transporte que impulsiona as ações clandestinas, mas que costumam ser mais utilizados nos meses de cheia.
Aeronaves milionárias
O preço médio das aeronaves que costumam ser usadas revela que as atividades estão longe de serem “artesanais”. A maior parte dos aviões utilizados pelos garimpeiros é do tipo monomotor, como o Cessna 182, comercializado com o nome de Skylane, e que custa cerca de R$ 400 mil. Há ainda uso de helicópteros, como os modelos Robinson 44 ou 66, que são bem mais caros e custam a partir de R$ 3 milhões.
Por André Borges