Mandetta participa de evento de filiação de Moro e não descarta candidatura à vice-presidência

por Daniela Borsuk
com informações de Camila Andrade, da Record TV
Publicado em 10 nov 2021, às 13h12. Atualizado às 13h15.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta participou, nesta quarta-feira (30), do evento de filiação do também ex-ministro Sergio Moro ao partido político Podemos. A cerimônia foi realizada no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília, e ainda contou com a presença de outros grandes nomes do cenário político nacional, como Álvaro Dias, Oriovisto Guimarães e Flávio Arns, além da presidente nacional da sigla, a deputada federal Renata Abreu. 

Logo após o discurso de Moro e da assinatura da filiação ao partido, Mandetta falou com a imprensa e não deu muitos detalhes sobre sua pretensão na política. Ao ser questionado sobre se candidatar como vice-presidente ao lado de Sergio Moro, o ex-ministro da Saúde não confirmou e nem negou a possibilidade. “Eu sou brasileiro, tenho mais de 35 anos e sou filiado a um partido político, que está em fusão”, disse, entre risos, não respondendo diretamente a pergunta.

Ainda, relatou que não é possível saber se ele próprio vai apoiar a candidatura de Moro ou se Moro irá apoiar a dele, já que outros nomes fortes do partido também podem ser lançados à presidência.

“Não se resume, neste momento, a nós [Mandetta e Moro]. Nós temos outros nomes, não sei se vai ganhar o Eduardo Leite, se vai ganhar o Dória, a Simone é uma mulher ativa […] agora a gente começa um outro tempo que é um tempo político. A decisão que o Moro tomou é a que dá a condição de ele sentar à mesa, para você ser candidato você tem que ser brasileiro, ter mais de 35 anos e você tem que estar filiado a um partido político”,

frisou.

Por fim, quando perguntado sobre seu interesse em algum outro cargo na política, como para o Senado, por exemplo, Mandetta disse que não pretende ocupar esse lugar e que está “pensando muito no Brasil”.

Veja o vídeo:

Filiação de Moro

Sergio Moro falou sobre sua trajetória desde juiz, ministro, sobre seu período fora do país e seu retorno para o Brasil, agora na carreira política. Ainda, defendeu a liberdade da imprensa, destacou a necessidade do combate a corrupção, sobre o desejo de uma sociedade mais inclusiva e que respeite a pluralidade de cada um.

Também, defendeu o livre mercado, a livre empresa e a livre iniciativa, sem que o governo tenha que interferir em todos os aspectos da vida das pessoas.

“Precisamos reformar nosso sistema confuso de impostos. Há quanto tempo falamos nisso sem fazer? Precisamos privatizar estatais ineficientes. Precisamos abrir e modernizar nossa economia buscando mercados externos. O tempo é de inovação e não podemos ficar para trás nesse mundo cada vez mais dinâmico e competitivo”,

disse Moro.

Moro frisou que tem como prioridade “erradicar a pobreza, acabar de vez com a miséria”.

“Isso já deveria ter sido feito anos atrás. Para tanto, precisamos mais do que programas de transferência de renda como o Bolsa-Família ou o Auxílio-Brasil. Precisamos identificar o que cada pessoa necessita para sair da pobreza. Isso muitas vezes pode ser uma vaga no ensino, um tratamento de saúde ou uma oportunidade de trabalho. As pessoas querem trabalhar e gerar seu próprio sustento. Precisamos atender a essas carências com atenção específica. E, como medida prioritária, sugerimos a primeira operação especial: a criação da Força-Tarefa de Erradicação da Pobreza, convocando servidores e especialistas das estruturas já existentes.”

Ao detalhar seu plano de Governo, Moro propôs o fim do foro privilegiado, que “trata o político ou a autoridade como alguém superior ao cidadão comum, e o fim da reeleição para cargos no poder executivo”. “O foro privilegiado tem blindado políticos e autoridades da apuração de suas responsabilidades. Não precisamos dele. Eu nunca precisei quando juiz ou ministro. Não deve existir para ninguém e para nenhum cargo, nem para o presidente da República.”

“Quanto à reeleição para cargos no poder executivo, devemos admitir que é uma experiência que não funcionou em nosso País. O presidente, assim que eleito, começa, desde o primeiro dia, a se preocupar mais com a reeleição do que com a população, está em permanente campanha política. E ainda tem o risco de gerar caudilhos, populistas ou ditadores, de esquerda ou de direita, pessoas que se iludem com o seu poder e passam a ser uma ameaça às instituições e à democracia, seja por corrupção ou por violência. Não devemos mais correr esses riscos”,

disse Moro.

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