Preso desde setembro de 2017, o ex-diretor da Secretaria de Educação do Paraná (Seed), Maurício Fanini, deixou a prisão na madrugada deste sábado (6). Envolvido nas investigações da Operação Quadro Negro, o acusado realizou delação premiada e agora deverá cumprir a pena em prisão domiciliar, utilizando uma tornozeleira eletrônica.
Em depoimento, Fanini afirmou que o ex-governador Beto Richa recebeu propina entre 2002 e 2015. Além disso, relatou que o dinheiro era utilizado em campanhas políticas e também para gastos pessoais do parlamentar.
Maurício Fanini deixa a prisão
O ex-diretor da Seed responde pelo crime de obstrução de investigação de organização criminosa. Com o acordo firmado com o Ministério Público do Paraná, Fanini deverá ficar 14 meses em prisão domiciliar e só poderá trabalhar em casa. Caso alguma orientação seja descumprida, o réu volta ao regime anterior.
Segundo informações, na delação Fanini informou que Beto Richa, além de saber de todo esquema de corrupção, cobrava o repasse do dinheiro.
Por meio de nota, a defesa de Maurício Fanini declarou que o ex-diretor continuará colaborando com a Justiça. Confira a nota na íntegra:
“Em sua cooperação com a Justiça, Maurício Fanini contou ao Ministério Público a verdade e apresentou inúmeras provas que comprovam o que foi por ele dito: documentos, extratos bancários, fotos, agendas e até gravações. Foi por tal motivo que o Tribunal de Justiça do Paraná homologou seu acordo de colaboração, o qual prevê sua soltura na data de hoje. Maurício Fanini continuará cooperando de forma ampla e irrestrita com a Justiça, sempre narrando às autoridades apenas a verdade, nada mais nada menos do que ela”.
Operação Quadro Negro
A Operação Quadro Negro investiga, desde julho de 2015, o desvio de pelo menos R$ 20 milhões de reais que seriam destinados para obras em escolas estaduais do Paraná. Funcionários e a alta cúpula do governo de Beto Richa são acusados fraudar documentos e usar o dinheiro da Educação para financiar campanhas políticas.
Fanini foi preso pela segundo vez no dia 16 de setembro de 2017. Ele já havia sido detido em 2015, na primeira fase da Operação Quadro Negro.