O deputado federal Evandro Roman (PSD), que é aliado à base de Jair Bolsonaro, criticou o novo modelo de pedágio no Paraná proposto pelo governo federal. De acordo com o parlamentar, caso não ocorra alteração no edital que deve ser publicado no próximo mês, “não haverá acordo em hipótese alguma”.

Roman deu a declaração durante um debate promovido pelo programa Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan Paraná, nesta sexta-feira (16). Estiveram presentes, além do deputado federal, Rainer Zielasko, presidente do programa Oeste em Desenvolvimento, Dilvo Grolli, diretor presidente da Coopavel, e Edson Vasconcelos, vice-presidente da Fiep. 

Para Roman, o maior problema é o custo das obras, que já eram para ter sido concluídas nos últimos 25 anos, sair novamente do bolso do consumidor. O questionamento do deputado é em relação, principalmente, a duplicação do trecho entre Foz do Iguaçu e Paranaguá, importante corredor para o setor produtivo do oeste.

“A ferida está aberta há 25 anos e nós já pagamos essa duplicação até Paranaguá. Pagamos a primeira e não recebemos, vamos ter que pagar a segunda e sabemos que não vai sair”,

enfatizou Roman.

De acordo com a proposta, que prevê arrecadar R$ 156 bilhões nos próximos 30 anos, as obras devem ser custeadas entre 7 e 9 anos. Além disso, uma outorga onerosa foi incluída na proposta.

“As pessoas que estão se comprometendo hoje, são muito bem intencionadas, mas elas não estarão daqui a 9 anos para responder. E vão nos responder que na hora de assinar o contrato, o objetivo era esse. Mas como nós vivemos em um país em que tivemos agora em um passado recente um ex-presidente condenado em duas instâncias e que reverte a situação, um ‘ou seja’ é o suficiente para o judiciário mudar qualquer situação que vamos ter pra frente”,

criticou Roman.

O deputado ainda reforçou que mesmo pertencendo a base aliada do governo, o modelo não pode ser aprovado. “Mesmo sendo base do governo, deixamos muito claro que é algo que não serve para nós”, comentando que quem realmente paga a conta deve ser ouvido.

“Ele (governo federal) terá que aprimorar. Ele sabe que nós não vamos estar aceitando, vamos até às últimas consequências. Quando se fala em degrau tarifário, é trabalhar com meritocracia. Do contrário, teremos mais do mesmo que já sofremos há 24 anos”, finalizou Roman.

Guilherme Becker
Guilherme Becker

Editor

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.