Curitiba - Após discussão entre o deputado Ricardo Arruda (PL) e a colega parlamentar Ana Júlia (PT), o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Alexandre Curi (PSD), proibiu o uso do plenário da Casa para ofensas pessoais entre os parlamentares.

Discussão no plenário da Alep motivou regra rígida contra discursos
Ofensas pessoais serão encaminhadas diretamente ao Conselho de Ética da Casa. (Foto: Orlando Kissner/Alep)

“Todos os discursos desrespeitosos, agressivos, seja contra quem for, serão automaticamente encaminhados ao conselho de ética. Essa presidência não vai admitir que essa pauta ideológica radical vá ao plenário. Nós fomos eleitos para atender as políticas públicas. Quem queira fazer esse discurso, que faça nas redes sociais”, pontuou Curi.

A nova determinação de Curi aponta que qualquer deputado que proferir ofensas pessoas no plenário da Alep sofrerá uma representação no Conselho de Ética da Casa. Esse processo pode resultar na abertura de um processo de impeachment, a depender da gravidade das declarações.

A decisão de Curi foi apoiada por deputados da base governista e da oposição na Assembleia, como Ademar Traiano (PSD), Luiz Claudio Romanelli (PSD) e Arilson Chiorato (PT).

“Essa casa chegou ao mais baixo nível do debate político. Não é possível vimos cena como vimos ontem, da violência de gênero praticada contra a deputada Ana Júlia. A despeito do mérito, a forma não é permitida aqui nessa casa. Está virando motivo de vergonha. Em todos os municípios que vamos as pessoas veem nos cobrar, como se a nossa atividade se resumisse a esses bate-bocas”, continuou Romanelli.

Chiorato, que é o líder da oposição e correligionário de Ana Júlia, disse que já encaminhou ao Conselho de Ética da Assembleia uma denúncia contra Arruda.

Relembre as ofensas ditas por Arruda contra Ana Júlia em discussão na Alep

Alexandre Curi, presidente da Alep
Medida anunciada por Curi foi apoiada por deputados de ambos os blocos. (Foto: Orlando Kissner/Alep)

Uma discussão durante a sessão plenária da última segunda-feira na Alep (12), após a deputada Ana Júlia entrar com uma representação contra Ricardo Arruda devido ao colega ter faltado em três sessões consecutivas na Comissão de Constituição e Justiça da Alep movimentou a Casa.

Arruda utilizou o plenário não apenas para se defender da acusação da colega, mas para dirigir diversas ofensas contra a deputada.

“É um assunto tão ridículo, é típico de quem não tem trabalho. A deputada Ana Júlia não tem trabalho, ela brinca de ser parlamentar. Esse pedido foi apresentado por uma pessoa que tem problema cognitivo. Você só apresenta projetos inúteis. A maioria projetos inúteis, que eu posso ler depois, mas vou por na minha página, é apoio a LGBT, é não sei o quê, só projeto inútil”. declarou Arruda.

O discurso de Arruda gerou diversas críticas entre deputados da base governista e da oposição da Alep, motivando Curi na decisão anunciada nesta terça-feira (13).

“Inclusive conversei com o deputado Jacovós para fazermos alterações no regimento, porque hoje há diversas punições antes do processo de cassação. Não terá lado político, não terá oposição, não terá situação. Quem usar essa tribuna para desrespeitar, para fazer discursos agressivos, essa presidência, automaticamente, vai remeter essa representação para o Conselho de Ética”, finalizou Curi.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.