Podemos inicia processo que analisa expulsão de Arthur do Val
O deputado estadual de São Paulo, Arthur do Val, poderá ser expulso do Podemos. O partido iniciou, na noite de segunda-feira (07), o processo disciplinar que avalia o pedido de expulsão, por causa de falas sexistas contra ucranianas que o deputado fez na semana passada, dizendo que “eram fáceis de pegar porque estavam necessitadas”.
Do Val se filiou ao partido há pouco mais de 30 dias. A petição pedindo sua exclusão foi encaminhada à presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu, que remeteu a documentação ao diretório estadual de São Paulo.
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O Podemos explicou que a realização do procedimento é necessária para qualquer tipo de punição, em respeito à ampla defesa e ao contraditório. Assinado pelas presidentes do Podemos Mulher Nacional e estadual de São Paulo, respectivamente, Márcia Pinheiro e Alessandra Algarin, o pedido é pela punição mais grave: a de expulsão.
Assim que tomou conhecimento do pedido, o presidente da Executiva Estadual Paulista, Thiago Milhim, acolheu e nomeou a Comissão de Ética e Disciplina. Ordenou ainda a citação do requerido para que apresente sua defesa em 5 dias.
Esgotado esse prazo, com ou sem resposta, o processo segue para parecer conclusivo pela Comissão de Ética e Disciplina, que é formado por: João Dárcio Ribamar Sacchi (presidente da Comissão), Elsa Oliveira e Alfredo Martins Corrêa, que farão o parecer conclusivo para a decisão da Comissão Executiva estadual de SP. Dela, caberá recurso para a Comissão Executiva Nacional dentro do mesmo prazo.
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Desrespeito às ucranianas
Arthur do Val foi à Ucrânia em meio ao conflito instaurado no país e chegou a postar uma foto nas redes sociais onde estaria ajudando a produzir coquetéis molotov para o combate contra os russos. Ao deixar o país, na fronteira com a Eslováquia, o deputado enviou um áudio a amigos, elogiando a beleza das refugiadas.
Em seguida, afirmou que pretende voltar ao Leste Europeu e disse que as mulheres são “fáceis de pegar porque são pobres“. Ele ainda comparou as mulheres na fila de refugiados na fronteira, tentando sair da Rússia, com a “fila da melhor balada do Brasil na melhor época do ano”.