Os prefeitos eleitos das principais cidades do Paraná em 2020 gastaram juntos mais de R$ 5,9 milhões durante as campanhas eleitorais. A maior despesa foi com a produção de programas para veículos de comunicação com R$ 2,2 milhões investidos.

O RIC.com.br fez um levantamento de quanto gastaram os prefeitos eleitos de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, e Toledo. Veja os números.
Quanto gastou o prefeito de Curitiba
O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, gastou mais de R$ 3 milhões na campanha eleitoral de 2020. Naquele ano, Greca concorreu à reeleição e foi escolhido como gestor municipal pelos curitibanos. Do total gasto, 45% do valor foi destinado a programas em veículos de comunicação.

Conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Greca gastou ao todo R$ 3.653.423,25 durante a campanha nas últimas eleições municipais. O número representa 33,5% do valor do limite de gastos, que era de R$ 10 milhões em 2020.
Na lista de despesas do prefeito da capital do Paraná está propaganda, locação de bens móveis, produção de jingles e vinhetas, serviços terceirizados e programas de TV, rádio ou vídeo.
Veja quanto o prefeito eleito gastou com cada despesa:
- Produção de programas de rádio, televisão ou vídeo — R$ 1.654.500,00 (45,29%)
- Locação/cessão de bens móveis (exceto veículos) — R$ 511.100,00 (13.99%)
- Produção de jingles, vinhetas e slogans — R$ 285.000,00 (7.80%)
- Serviços prestados por terceiros — R$ 176.462,50 (4.83%)
- Publicidade por materiais impressos — R$ 175.927,65 (4.82%)
Quanto gastou o prefeito de Londrina
Conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Belinati gastou ao todo R$ 549.872,30 durante a campanha nas últimas eleições municipais. O número representa 30,04% do limite de gastos que é de R$ 1.829.891,71.

Na lista de despesas do prefeito de Londrina está a produção de programas de emissoras de comunicação, publicidade, serviços de advocacia e publicidade de adesivos.
Veja quanto o prefeito eleito gastou com cada despesa:
- Produção de programas de rádio, televisão ou vídeo – R$ 178.490,00 (32.46%)
- Publicidade por materiais impressos – R$ 81.920,03 (14.90%)
- Serviços advocatícios – R$ 76.800,00 (13.97%)
- Diversas a especificar – R$ 66.750,00 (12.14%)
- Publicidade por adesivos – R$ 54.280,80 (9.87%)
Quanto gastou o prefeito de Maringá
O prefeito de Maringá, Ulisses Maia, gastou mais de R$ 1,2 milhões durante a campanha eleitoral de 2020. Do total gasto, 27,3% foram destinados a gastos com pessoal durante o pleito.

Conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maia gastou ao todo R$ 1.246.023,37 durante a campanha nas últimas eleições municipais. O número representa 64,46% do limite de gastos que era de R$ 1.932.974,44.
Na lista de despesas do prefeito de Maringá está os gastos com pessoal, produção de programas para veículos de comunicação, publicidade e impulsionamento de conteúdos.
Veja quanto o prefeito eleito gastou com cada despesa:
- Despesas com pessoal – R$ 339.300,00 (27.23%)
- Produção de programas de rádio, TV ou vídeo: R$ 194.190,00 (13,53%)
- Publicidade por materiais impressos – R$ 168.616,22 (13,53%)
- Publicidade por adesivos – R$ 154.107,00 (12,37%)
- Despesas com impulsionamento de conteúdos – R$ 100.000,00 (8,03%)
Quanto gastou o prefeito de Cascavel
O prefeito de Cascavel, no Oeste do Paraná, Leonaldo Paranhos, gastou mais de R$ 1 milhão durante a campanha eleitoral de 2020. Do total gasto, quase 27% foram destinados para serviços de terceiros.

Conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral, Paranhos gastou ao todo R$ 1.015.319,36 durante a campanha nas últimas eleições municipais. O número representa 66,6% do limite de gastos que era de R$ 1.523.771,57.
Na lista de despesas do prefeito de Cascavel está serviços prestados por terceiros, produção de programas para veículos de comunicação, despesas com pessoal, publicidade com materiais impressos e também com adesivos.
Veja quanto o prefeito eleito gastou com cada despesa:
- Serviços prestados por terceiros – R$ 272.304,70 (26,82%)
- Produção de programas para veículos de comunicação – R$ 219.000,00 (21,57%)
- Despesas com pessoal – R$ 154.085,00 (15,18%)
- Publicidade por materiais impressos – R$ 106.670,82 (10,51%)
- Publicidade por adesivos – R$ 65.295,20 (6,43%)
Quanto gastou o prefeito de Toledo
O prefeito de Toledo, Beto Lunitti, gastou mais de R$ 430 mil durante a campanha eleitoral de 2020. Do total gasto, quase 23% foram gastos com atividades de militância e mobilização de rua.

Conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lunitti gastou ao todo R$ 435.738,13 na campanha das últimas eleições municipais. O número representa 39,87% do limite de gastos que era de R$ 1.092.653,71.
Na lista de despesas do prefeito de Toledo estão atividades de militância e mobilização de rua, recursos de pessoas físicas, produção de jingles e publicidade.
Veja quanto o prefeito eleito gastou com cada despesa:
- Mobilização de rua – R$ 99.291,08 (22,79%)
- Recursos de pessoas físicas – R$ 83.000,00 (19,05%)
- Produção de jingles – R$ R$ 80.250,00 (18,42%)
- Publicidade por materiais impressos – R$ 60.186,00 (13,81%)
- Baixa de Estimáveis – Recursos de pessoas físicas – R$ 46.000,00 (10,56%)
Para Eduardo Soncini Miranda, professor da Universidade Positivo (UP) e Cientista Politico da SM Consultoria, o financiamento sempre foi decisivo nas campanhas eleitorais. Contudo, os impactos dimimuíram nos últimos anos por conta dos limites de gastos.
“Há uma correlação entre gasto e campanha. Historicamente, o financiamento sempre foi decisivo e impactante para o equilíbrio das campanhas eleitorais. Hoje, com o financiamento público e os limites de valores, distribuição e uso do dinheiro, esses impactos diminuíram em busca de maior equidade na disputa”.
Além disso, Miranda falou também sobre a vantagem que o prefeito tem em relação aos demais candidatos durante as eleições.
“Em relação à vantagem do incumbente (aquele que disputa a reeleição já estando no mandato), ela é forte e explica as altas taxas de reeleição presentes em eleições de maneira geral. Entretanto, e especialmente em relação ao executivo, há um ônus evidente. Caso a gestao seja mal avaliada/aprovada muitas vezes os poderes de agenda do mandato (poderes políticos, orçamentários, midiáticos, de agenda, etc) podem na verdade se virar contra o candidato, no sentido de fazer com que ele seja cobrado por mal feitos na administração”, explicou.