O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), quer construir um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) para ampliar o número de deputados federais de 513 para 527. A ideia é que as bancadas que representam os estados se ajustem às estimativas populacionais do Censo de 2022, mas sem que nenhum deles perca vagas.

Uma proposta para essa finalidade pode ser colocada em tramitação depois do Carnaval. Se ocorrer, a mudança no número de deputados será a primeira desde 1993.
A Corte determinou em agosto de 2023 que a Casa defina a proporcionalidade de representação estadual, ou seja, o número de deputados para cada estado, de acordo com a população apontada pelo Censo de 2022. A decisão analisava uma ação movida pelo Governo do Estado do Pará.
Decisão determina a redistribuição de vagas, sem aumento de cadeiras
As mudanças populacionais apontadas pelo Censo de 2022 indicam alguns estados estão sub-representados, enquanto outros têm deputados a mais. Bancadas como as de Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Piauí seriam as que mais perderiam vagas com o ajuste. Já a bancada do Pará ganharia quatro novas cadeiras.
Em entrevista à Rádio Arapuan, de João Pessoa, capital da Paraíba, no início do mês, Hugo Motta declarou que quer encontrar uma alternativa em que ninguém saia perdendo.
“Perder essa representatividade é perder orçamento, tira vozes importantes e o critério também não é justo. Quem cresceu tem o direito. Penso que a solução seria um acordo, combinado com o Supremo, para que se aumente a quantidade de deputados federais e ninguém perca”, disse Motta.

Ele também demonstrou preocupação com os impactos da mudança aos olhos da opinião pública, já que o aumento de deputados significaria o aumento dos custos da Câmara para o contribuinte. “Temos que fazer o dever de casa para que isso não represente aumento do custo da Casa”, disse Motta na ocasião.
Definição deve ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano
O prazo dado pelo STF para que a mudança ocorra é até o dia 30 de junho. Se a partir dessa data o Legislativo não tiver aprovado uma lei complementar sobre o tema, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é quem vai determinar, até outubro (um ano antes do pleito), o número de cadeiras que cada unidade da Federação terá nas eleições de 2026.
De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), 14 estados teriam mudança nas bancadas para que elas refletissem as estimativas populacionais do Censo de 2022. O Rio de Janeiro perderia quatro vagas, enquanto Rio Grande do Sul, Piauí, Paraíba e Bahia perderiam duas. Pernambuco e Alagoas teriam uma vaga a menos.
Já outros sete Estados ganhariam com a mudança. Santa Catarina e Pará teriam quatro novas vagas e o Amazonas, duas. Ceará, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso ganhariam um parlamentar.
Já há um projeto de lei em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que visa fazer a adequação de acordo com a decisão do STF. O projeto estava para ser votado no final do ano passado, mas a pressão de deputados da bancada do Rio, em especial, adiou a análise.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui
- Cotidiano
- Justiça
- Política
- Alagoas
- Amazonas
- Bahia
- Brasília
- Câmara dos Deputados
- Ceará
- Distrito Federal
- Goiás
- João Pessoa
- Mato Grosso
- Minas Gerais
- Pará
- Paraíba
- Pernambuco
- Piauí
- Republicanos
- Rio de Janeiro
- Rio Grande do Sul
- Santa Catarina
- Supremo Tribunal Federal (STF)
- Tribunal Superior Eleitoral (TSE)