Permaneceram em silêncio as cinco pessoas presas na operação Fake Care, do Ministério Público do Paraná, que investiga um esquema de fraude na em contratos na área da Saúde de Fazenda Rio Grande, na Grande Curitiba. Os depoimentos foram realizados nesta segunda-feira (13), incluindo do então prefeito do município, Marco Marcondes.

marco marcondes, prefeito de fazenda rio grande
Prefeito Marco Marcondes está entre os presos da operação e foi afastado das funções (Foto: Reprodução/ Igor Barrankievicz/ Instagram @marcondeees)

Os advogados dos suspeitos detidos alegaram que não tiveram acesso e/ou tempo hábil para analisar o processo. De acordo com a apuração do Blog Politicamente, alguns dos defensores estavam liberados para consultar os autos desde o dia 9 de outubro, data da deflagração da operação, mas orientaram os clientes a permanecer em silêncio.

Assim, os cinco presos, só devem ser ouvidos em juízo, caso o Ministério Público do Paraná ofereça denúncia. Além do prefeito Marco Marcondes, estão entre os investigados: o secretário municipal da Saúde, Francisco Roberto Barbosa, os sócios da AGP Saúde, Samuel Antonio da Silva Nunes e Abrilino Fernandes Gomes, e o auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) Alberto Martins de Faria

Em nota enviada ao Blog Politicamente, a Prefeitura de Fazenda Rio Grande afirmou que todas as secretarias e órgãos municipais estão operando normalmente, assegurando o pleno funcionamento dos serviços públicos à população, e que reafirma o compromisso com a transparência, a legalidade e o interesse público.

Ainda nesta segunda-feira, Luiz Sergio Claudino, vice-prefeito, assumiu interinamente a Prefeitura de Fazenda Rio Grande. O então prefeito Marco Marcondes foi afastado da função pública ainda no dia 9 de outubro, por determinação do desembargador Kennedy Josue Greca de Mattos, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná.

Entenda a operação que prendeu o prefeito de Fazenda Rio Grande

vice-prefeito de Fazenda Rio Grande, Serjão (PP), deve assumir a gestão da prefeitura interinamente. O atual prefeito, Marco Marcondes (PSD), foi preso na última quinta-feira (9), durante a Operação Fake Care, do Ministério Público do Paraná (MPPR), que investiga um desvio milionário na área da Saúde do município.

Montagem com fotos do vice-prefeito Serjão e do atual prefeito de Fazenda Rio Grande Marco Marcondes
Vice-prefeito Serjão deve assumir a prefeitura de Fazenda Rio Grande interinamente; Marco Marcondes segue preso (Foto: Reprodução/ Redes Sociais/ Igor Barrankievicz)

Além do prefeito de Fazenda Rio Grande, também foram presos o secretário municipal da Saúde, Francisco Roberto Barbosa, os sócios da AGP Saúde, Samuel Antonio da Silva Nunes e Abrilino Fernandes Gomes, e o auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) Alberto Martins de Faria

O vice-prefeito aguarda a notificação para assumir a prefeitura interinamente. Neste domingo (12), em conversa com o portal RIC.com.brSerjão declarou que segue trabalhando normalmente nas funções de vice-prefeito.

A Prefeitura de Fazenda Rio Grande informou que aguarda as formalidades para a substituição temporária do chefe do poder executivo pelo vice-prefeito.

Operação prende prefeito de Fazenda Rio Grande

A operação visa desarticular uma organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública na área da Saúde de Fazenda Rio Grande. Entre as investigações estão a suspeita de corrupção ativa e passiva, contratação direta ilegal, peculato e lavagem de dinheiro, por servidores públicos e particulares. 

As apurações do GAECO mostraram que desde 2022, a Prefeitura de Fazenda Rio Grande e a AGP Saúde estabeleceram contratos para a prestação de serviços. Mas algumas dessas prestações, como, por exemplo, a testagem domiciliar, poderiam ter sido executadas com maior qualidade e menos custos pelo Serviço Único de Saúde (SUS).

Além disso, os valores pagos pela Prefeitura de Fazenda Rio Grande à AGP Saúde foram denominados como “incompatíveis com os serviços prestados” pelo Ministério Público, o que pode caracterizar “superfaturamento” e “desvio de recursos”.

Somente em contratos com a Prefeitura de Fazenda Rio Grande, a AGP Saúde teria recebido mais de R$ 9,5 milhões. Mas acordos com outras prefeituras da Região Metropolitana de Curitiba, como Campina Grande do Sul e Quatro Barras.

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Daniela Borsuk

Editora-chefe

Daniela Borsuk é editora-chefe do portal RIC.com.br. Formada pela PUC-PR, tem pós-graduação em Jornalismo Digital e cursos voltados à gestão e liderança. Trabalha com jornalismo hard news desde 2016. Atualmente se dedica a matérias das editorias de Segurança, Política, Cultura, Serviços e cobertura de casos de repercussão.

Daniela Borsuk é editora-chefe do portal RIC.com.br. Formada pela PUC-PR, tem pós-graduação em Jornalismo Digital e cursos voltados à gestão e liderança. Trabalha com jornalismo hard news desde 2016. Atualmente se dedica a matérias das editorias de Segurança, Política, Cultura, Serviços e cobertura de casos de repercussão.