Neste domingo (6), o grupo de procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba emitiu uma nota para declarar que as manifestações de Deltan Dallagnol, o ex-coordenador da força-tarefa, sempre ocorreram em “em defesa da causa anticorrupção e da sociedade”. 

A defesa veio agora porque, na sexta-feira (4), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o caso das publicações feitas por Dallagnol em redes sociais seja julgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) na próxima terça-feira (8), às 9h.  A ação havia sido travada em agosto pelo ministro Celso de Mello. 

“Os riscos que a tramitação da reclamação representaria aos princípios do devido processo legal, de vedação de dupla punição e de violação da liberdade de expressão, reconhecidos pelo Ministro Celso de Mello, não foram enfrentados pelo Ministro Gilmar Mendes”, diz parte da nota dos procuradores.

No documento, os procuradores convocam ainda todos os membros do Ministério Público para assistir à sessão de julgamento do caso. “Nesse julgamento veremos se o CNMP reconhecerá a força dos argumentos colocados pelo decano do STF, Ministro Celso de Mello”, destaca a força-tarefa.

“Independentemente do resultado da sessão do CNMP na próxima terça-feira, seguimos acreditando que todos os membros do MP jamais desanimarão da virtude ou terão vergonha da honestidade”, completam os colegas de Dallagnol. 

Ação contra Dallagnol

A ação disciplinar em questão foi apresentada pelo Renan Calheiros (MDB-AL) que acusa o ex-coordenador da Laja Jato no Paraná de interferir nas eleições da presidência do Senado. Na ocasião da disputa, Dallagnol fez publicações nas redes sociais críticas a Calheiros, que acabou perdendo para o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). 

Para o grupo de procuradores da Lava Jato, a decisão de Gilmar, de levar o caso a julgamento, veda a liberdade de expressão.

Dallagnol deixa a Lava Jato

Dallagnol anunciou sua saída da Lava Jato no dia 1º de setembro, apesar de especulações que ele deixava o cargo por estar sendo pressionado, o procurador declarou que seus motivos são pessoais. Segundo ele, a saída foi motivada pelo estado de saúde de sua filha, uma criança de pouco menos de dois anos.