Curitiba - A Corregedoria da Câmara Municipal de Curitiba formalizou, nesta quinta feira (28), uma representação contra a vereadora Professora Ângela (PSOL) depois da divulgação de material com orientações para o uso de drogas durante uma audiência pública. O relatório aponta indícios de infração ético-disciplinar é do vereador Sidinei Toaldo (PRD) e sugere suspensão ou cassação da parlamentar. O caso vai ser votado pelos vereadores na proxima segunda-feira (01). A vereadora nega que o material seja “pró-droga”.

A Polêmica Cartilha Sobre Drogas
A vereadora Professora Ângela (PSOL) foi alvo de representações dos vereadores Bruno Secco (PMB) e Da Costa (União) após a polêmica envolvendo a cartilha com recomendações para uso de drogas que foi apontada pela vereadora como sendo, na verdade, material para uma política de redução de danos em casos de dependentes químicos.
A cartilha foi impressa com orientações para consumo de cocaína, crack, cogumelos alucinógenos entre outras drogas. O material impresso tinha ainda nomes de funcionários dos gabinetes assinando a autoria e concepção do conteúdo. Uma funcionária acabou exonerada após a ampla repercussão negativa em torno do caso.
Parecer
A Corregedoria analisou: documentos, vídeos e materiais distribuídos durante a audiência pública quw foi organizada em 5 de agosto de 2025 sob o título: “Sistema de Segurança Pública, Saúde e Políticas de Drogas para a Cidade de Curitiba”.
O documento registra que, na audiência, a vereadora teria afirmado: “Gente, a nossa cartilha tá linda… e vou dizer que tem que ter bastante coragem pra colocar ela aqui dentro também”.
Para a Corregedoria, trechos como “LSD: conheça a substância e inicie em pequenas quantidades” e “Cogumelo… comece com doses pequenas” extrapolam o caráter preventivo, configurando estímulo ao consumo de drogas — o que seria incompatível com a dignidade do cargo e potencial quebra de decoro.

Próximos Passos
O relatório contra a vereadora será votado em sessão plenária na próxima segunda-feira (1º). Caso os vereadores aprovem por maioria simples a denúncia, na mesma sessão será constituída uma Comissão Processante, com três vereadores, que serão sorteados entre os parlamentares desimpedidos.
Formado o colegiado, na sequência, os três membros elegerão entre si o presidente e o relator. Caso não haja aprovação, a denúncia é arquivada.
Não poderão votar e participar de um eventual julgamento os vereadores Sidnei Toaldo, Da Costa e Bruno Secco, por serem os responsáveis pelas acusações.
Se houver aceite a vereadora terá direito ao contraditório e ampla defesa. As penalidades possíveis, conforme o parecer, incluem suspensão ou cassação do mandato. A conclusão final deverá ser dos colegas da vereadora que após esses passos decidem sobre punição em nova votação no plenário.
Citados
A reportagem procurou a vereadora Professora Ângela, mas até o fechamento dessa coluna, não houve retorno da parlamentar.
*matéria em atualização
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui