As 5 cidades mais populosas do Paraná definiram no último domingo (28), em segundo turno, quem serão os seus prefeitos a partir de 2013. Ao todo, mais de 3,2 milhões de pessoas vivem em Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel. Sendo que mais da metade dessas pessoas estão na capital. Por causa da importância política destas cidades, os resultados desta eleição podem ser decisivos na definição do cenário político de 2014, quando os paranaenses votarão para governador, senador e deputado estadual.

O recente resultado das urnas esclarece pouco sobre o futuro do estado. Os grandes padrinhos políticos, que são os mais interessados na próxima eleição, tiveram pouca influência neste pleito. E o simples fato de termos tantos segundos turnos já demostra um equilíbrio entre as diferentes forças políticas – sejam elas locais ou estaduais.

Em Curitiba, o candidato Luciano Ducci (PSB), apoiado pelo governador Beto Richa (PSDB) sequer chegou ao segundo turno. E Gustavo Fruet (PDT), que parecia ter perdido força, foi eleito com 60,65% dos votos, em uma virada surpreendente.

Londrina teve uma votação decidida por uma diferença de cerca de 1% dos votos válidos. E o resultado não levou a família Belinati (um poderoso grupo político local) ao poder. E ainda elegeu Alexandre Kireeff, membro de um partido novo e ainda pouco conhecido, o PSD.

Talvez a filiação partidária de cada candidato não pese tanto quanto se imaginava na escolha dos eleitores. Pelo menos nas eleições municipais, quando estão em jogo os interessees locais.

Na próxima legislatura, o Paraná terá 76 prefeituras comandadas pelo PSDB, 55 do PMDB, 41 do PT, 36 do PDT, 34 do PSD, 30 do PP e 23 do DEM. As demais 104 cidades serão governadas por membros de outros partidos.

Dos partidos citados acima, apenas o PT não faz parte da base aliada ao governo estadual na Assembleia Legislativa. Mas essa aliança não é tão forte, já que a vitória do PDT de Fruet em Curitiba é considerada uma derrota para o governador tucano Beto Richa. Além disso, o PSDB e o PT chegaram a apoiar uma mesma candidatura no interior do estado.

A visão estatística dos resultados pode dar pistas sobre a preferência do eleitorado, mas pouco ajuda a compreender quais são os grupos de poder que ganharam ou perderam força nestas eleições. O certo é que pelos próximos 4 anos, as administrações nas 5 maiores cidades do Paraná serão decisivas para definir quem terá mais força política para 2014. Talvez uma boa administração não seja suficiente para fortalecer um candidato, mas uma má administração pode desempatar o jogo.