Brasil - Falas do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) sobre a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foram alvo de críticas das bancadas femininas do PT na Câmara e no Senado e da Secretaria de Mulheres do partido. A nota do grupo classifica como “inaceitável” as declarações e diz que o discurso do parlamentar foi “misógino” e “violento”.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

“As declarações do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) não só desrespeitam as mulheres na política, como também reforçam discursos machistas, misóginos e violentos que precisamos combater diariamente. O parlamento não pode compactuar com esse tipo de violência”, diz o comunicado.

Gayer provocou o deputado federal Lindbergh Farias (PR-RJ) pelas redes sociais por conta da fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que disse ter escolhido Gleisi como ministra por ela ser uma “mulher bonita” e assim melhorar a relação com o Congresso.

“Acho muito importante trazer aqui o presidente da Câmara [Hugo Motta (Republicanos-PB)] e do Senado [Davi Alcolumbre (União-AP)], porque uma coisa que eu quero mudar, estabelecer a relação com vocês, por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra das Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância de vocês”, disse.

“E aí Lindbergh Farias. Vai mesmo aceitar o seu chefe oferecer sua esposa para o Hugo Motta e Alcolumbre como um cafetão oferece uma GP?? Sua esposa sendo humilhada pelo seu chefe e vc vai ficar calado??”, escreveu Gayer.

Lindbergh e Gleisi são namorados.

Confira abaixo a nota na íntegra das bancadas femininas do PT na Câmara e no Senado e da Secretaria de Mulheres do partido:

“É inaceitável que um parlamentar use suas redes sociais para disseminar misoginia, ataques pessoais e insinuações ofensivas, especialmente contra uma ministra de Estado.

As declarações do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) não só desrespeitam as mulheres na política, como também reforçam discursos machistas, misóginos e violentos que precisamos combater diariamente. O parlamento não pode compactuar com esse tipo de violência.

Aprovamos a lei 14.192/21 nesta Casa, a qual foi promulgada a partir do entendimento de que a violência política de gênero não deve ser tolerada na mais alta expressão da representatividade política.

Ter um representante com esse tipo de postura é uma vergonha para o Parlamento brasileiro. A tentativa de desqualificar mulheres por meio de insinuações sexistas não é apenas um ataque à sua dignidade, mas também um atentado contra todas que lutam por espaço e respeito na sociedade. O machismo na política é uma ferramenta histórica de silenciamento e intimidação, e não podemos normalizá-lo.

As bancadas femininas do PT na Câmara e no Senado e a Secretaria Nacional de Mulheres do PT repudiam veementemente o inaceitável comportamento do deputado do PL e reafirmam o seu compromisso com uma política baseada no respeito, na ética e na igualdade de gênero.

O parlamentar – assim como qualquer outro que tenha o mesmo tipo de atitude – não pode ficar impune. Por todas as mulheres brasileiras, exigimos respeito!”

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