Mário Fernandes, general da reserva do Exército e ex-integrante do governo Jair Bolsonaro (PL), admitiu ter elaborado o chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que previa o sequestro ou assassinato do ministro Alexandre de Moraes (STF), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB). A confissão foi feita na última quinta-feira (24), durante interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Não passa de um pensamento digitalizado. Hoje eu me arrependo disso, era apenas um pensamento de um militar, que não foi compartilhado com ninguém”, afirmou Mário Fernandes aos ministros da Corte.
O general está preso preventivamente desde 19 de novembro de 2023, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A detenção ocorreu após a Polícia Federal localizar mensagens em que Fernandes incentivava ações antidemocráticas que, segundo ele, deveriam ser lideradas por Bolsonaro.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Fernandes era um dos membros mais radicais do chamado núcleo 2 da trama golpista investigada pelo STF. A PGR afirma que ele coordenou ações de “monitoramento e neutralização violenta de autoridades públicas” ao lado de Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, como parte do plano.
Durante o interrogatório, Fernandes alegou que o plano jamais foi executado ou mostrado a outras pessoas. Ele disse ainda que chegou a imprimir o documento apenas para leitura, mas que o destruiu em seguida. “Eu imprimi para não forçar a vista e logo depois eu rasguei. Não compartilhei com ninguém.”
Entre 2018 e 2020, Mário Fernandes chefiou o Comando de Operações Especiais do Exército, conhecido como “kids pretos”, e foi promovido a general de brigada em 2016. No governo Bolsonaro, atuou como assessor do então ministro da Saúde Eduardo Pazuello e chegou a comandar interinamente a Secretaria-Geral da Presidência.
A defesa do militar sustenta que ele não teve envolvimento direto em atos preparatórios de golpe de Estado e afirma que se tratava apenas de uma “reflexão pessoal”.

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