"Cuidar da floresta é vital, mas cuidar das cidades também", diz Ratinho Júnior

Curitiba - O governador do Paraná, Ratinho Júnior, e o prefeito de Curitiba, a Eduardo Pimentel, receberam nesta terça feira (19) governadores e representantes de outros 6 estados brasileiros pertencentes ao consórcio de integração Sul e Sudeste durante a Conferência da Mata Atlântica.

Nem todos os chefes de Executivo da região participaram do encontro. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o de Santa Catarina, Jorginho Mello, não compareceram ao encontro. Os vices dos governadores estiveram como representantes.

O encontro tem como objetivo a assinatura da Carta de Curitiba, um manifesto que busca fortalecer o papel da Mata Atlântica nas discussões ambientais e servir de contraponto à COP30, marcada para novembro em Belém (PA), onde a pauta central será a Amazônia.

“Sem dúvida nenhuma, a Amazônia precisa ser discutida, preservada e cuidada. Mas nós estamos em um grande bioma, o da Mata Atlântica, onde 70% da população brasileira vive. E é por isso que a Carta de Curitiba será um grande anúncio e apoio à COP30 em Belém. É um orgulho receber essa discussão de tão alto nível na nossa cidade. As coisas e as pessoas moram nas cidades, as coisas acontecem nas cidades. E o nosso pedido dos prefeitos e prefeitas do país e do Estado do Paraná é que a COP30 enxergue as cidades com financiamentos, com investimentos e, enquanto muitos países do mundo estão planejando introduzir agendas de sustentabilidade no Paraná e Curitiba, as coisas já acontecem há algum tempo”, disse Pimentel.

O documento reúne propostas para ampliar a atenção às políticas estaduais de meio ambiente e à preservação do bioma.

A Mata Atlântica está presente em 17 estados brasileiros, cobre 15% do território nacional, concentra 72% da população e responde por cerca de 70% do PIB do país.

O Paraná tem protagonismo na articulação, já que 99% do território estadual está inserido na Mata Atlântica. São mais de 2,3 milhões de hectares preservados, e desde 2023 o estado coordena os projetos voltados ao bioma no âmbito do Consórcio Brasil Verde.

“A sustentabilidade é poder buscar o desenvolvimento econômico, social, com o cuidado da natureza. É a busca pelo equilíbrio. O Paraná tem buscado fazer isso ao longo dos últimos anos, acho que nós temos avançado bastante, tanto na política pública de ampliar as nossas florestas nativas, como no plantio de árvores nativas.  Pouco se fala, ou quase nada se fala, mas, talvez, um dos maiores crimes ambientais que se pode ter é uma cidade não ter saneamento básico. A falta de tratamento de saneamento básico, por exemplo, é algo que prejudica, não só a saúde da população, mas, em especial, os nossos rios, os nossos riachos, as nossas microbacias, enfim, e é altamente poluente.  Então, eu acho que, além do cuidado com a floresta, que é muito importante, o cuidado, também, com a parte urbana, na questão de saneamento básico, resíduos sólidos, é um tema que tem que entrar e a gente tem que buscar, cada vez mais, investir”, disse Ratinho Junior.

A Carta de Curitiba reforça iniciativas como o Tratado da Mata Atlântica, firmado em 2023 no Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste). O protocolo prevê ações conjuntas de restauração florestal, conservação, bioeconomia, combate ao desmatamento ilegal, gestão territorial integrada e planejamento de corredores ecológicos.

O documento oficial da Carta de Curitiba ainda está sendo finalizada. Os líderes devem se reunir novamente com autoridades e estudiosos da área ainda nesta terça-feira (19) para finalizar o texto que será levado para a COP30 em Belém, em novembro.

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