Reunião deve apresentar solução para baixar preço dos combustíveis, diz Ricardo Barros
O deputado federal Ricardo Barros (PP), líder do Governo na Câmara dos Deputados, deu entrevista para o programa RN Dia Paraná, na Jovem Pan News, nesta segunda-feira (20), e falou sobre o aumento do preço dos combustíveis e o pedido de demissão do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho. Barros contou que uma reunião entre os líderes da base do Governo está sendo realizada para buscar soluções para reduzir os valores nos postos.
Segundo Barros, uma decisão a respeito do aumento dos preços deve ser tomada ainda nesta segunda-feira. “Nós vamos lutar com nossas forças para tentar fazer valer, finalmente, o comando do presidente, desde o final do ano passado, de redução dos preços dos combustíveis e dos impostos sobre os combustíveis. Na reunião de líderes que faremos logo mais aqui na residência oficial da Câmara dos Deputados, do presidente Arthur Lira, com todos os líderes da base do Governo, nós discutiremos as variáveis que envolvem essa questão. Então todas as possibilidades estão sobre a mesa e nós tomaremos uma decisão aqui no final da tarde.”
O deputado ainda citou algumas das possibilidades que estão sendo analisadas pelos parlamentares: “Nós estamos com o nosso projeto de redução de alíquotas de ICMS, dos Estados, nós estamos com várias outras possibilidades que foram levantadas por outros parlamentares, que tratam das questões de importação, de centralizar a importação do diesel, para que a Petrobrás com o seu preço interno, que é menor que o preço do diesel importado possa fazer uma média e colocar mais barato esse diesel no mercado, existem outras possibilidades que estão sendo levantadas nas áreas tributárias também, e cada parlamentar tem a suas ideias”.
“Todas as alternativas são soluções, nós temos que encontrar aquela que não fira a lei de responsabilidade fiscal, nem a lei eleitoral e nem o teto de gastos, por isso a solução é complexa”,
disse Barros.
Com relação ao valor dos combustíveis, o deputado argumentou que o problema é mundial, influenciado pela alta da inflação, pandemia e guerra na Ucrânia. “Nós não temos controle sobre o preço internacional do petróleo, a guerra entre a Ucrânia e a Rússia não parece que vai terminar tão cedo, nós não temos essa possibilidade de prever o futuro. As medidas que estão sendo tomadas, não só pelo Brasil, mas por outros países que estão subsidiando óleo diesel, ou que zeraram impostos sobre combustíveis, e tanta outras medidas que foram tomadas por outros países, porque o problema é mundial”, afirmou.
Barros também disse que é preciso que a Petrobras pense mais no consumidor e que os diretores estão “interessados em lucrar” com os altos valores praticados pela empresa.
“A situação é uma situação grave, há uma determinação do acionista majoritário para redução de preços, mas a empresa não reage. Há uma governança estabelecida, o PPI foi estabelecido com a paridade do preço de importação, na Petrobrás desde 2016, e obviamente como os diretores têm bônus sobre os lucros da empresa. Quanto mais lucro tem a empresa, mais ganham os diretores, e estamos presos nesta roda que não olha para o consumidor brasileiro e nem para o interesse do povo brasileiro, que é o dono da empresa”,
justificou o deputado.
Ao ser questionado sobre a demissão de José Mauro Coelho, Barros afirmou que é um fato novo, que será ponderado, e não descartou o início de uma CPI na Petrobras, sugestão feita pelo presidente Jair Bolsonaro. O deputado confirmou que o novo nome indicado para a presidência da empresa é Caio Paes de Andrade, alto funcionário do Ministério da Economia. “Eu espero que a nova diretoria da Petrobrás seja sensível à sua função social e olhe com mais carinho para o interesse do contribuinte brasileiro, o povo brasileiro, que é, afinal, o maior acionista da empresa”, pontuou Barros.
Sobre a diminuição na arrecadação dos Estados com o projeto que limita o ICMS sobre os combustíveis, Barros disse que não deve haver perda direta aos cofres públicos pois o dinheiro que não será pago em impostos deve girar a economia em outras áreas.
Veja a entrevista completa: