A Prefeitura de Maringá informou que o secretário de Fazenda, Carlos Augusto, pediu licença do cargo após uma operação da Polícia Federal (PF) que apreendeu uma Ferrari e uma Mercedes na casa do secretário. Os mandados foram cumpridos também em várias cidades do Paraná e de São Paulo, incluindo Maringá, Curitiba, São Paulo, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Ribeirão Pires, Peruíbe e Jardinópolis.

Em nota, a prefeitura esclareceu que a investigação não tem relação com a gestão municipal e que o motivo do pedido de afastamento é que o secretário da Fazenda de Maringá vai se dedicar a esclarecer os fatos.
“A Prefeitura de Maringá informa que o objeto da investigação não tem relação com a gestão municipal. O secretário da Fazenda Carlos Augusto pediu licença temporária para se dedicar totalmente a esclarecer os fatos.
O município destaca que, no processo de nomeação dos secretários, todas as certidões exigidas são devidamente verificadas, e que o servidor não apresentou qualquer registro que o desabonasse.
A Prefeitura reitera a confiança nas instituições, no devido processo legal e no direito à ampla defesa”, disse a nota.
Na residência do secretário, uma Ferrari no valor de R$ 1,4 milhão, e uma Mercedes de um 1 milhão, foram apreendidas. Conheça a carreira dele.
A reportagem tentou contato com o secretário de Fazenda de Maringá, que em nota informou que não teve acesso ao inquérito e que nada de ilícito foi encontrado na casa dele durante a operação.
“Hoje, 16 de outubro de 2025 as 06:30 da manhã fui surpreendido por equipe da Polícia
Federal, equipe de Londrina, com um MANDADO DE BUSCA E APREENSAO, em minha
residência, os quais foram recebidos e nos colocamos a disposição tendo colaborado
com as autoridades naquilo que me foi solicitado.
Desconheço do que se trata pois não tivemos, ainda, acesso ao conteúdo do Inquérito
que corre na 23ª Vara Federal de Curitiba sob sigilo, apenas sabemos que os fatos
iniciais são de 2022, tendo o numero IPL 2022.0054361-SR/DPF/PR, neste período
minha única ocupação era como Executivo do Grupo Empresarial de Saúde Nacional
não tendo outra atividade empresarial, consultoria ou participei de Conselhos de
Administração de qualquer empresa.
Em minha residência, posso afiançar, que nada ilícito ou obtido de forma torpe foi
encontrado e vamos ultimar esforços com nosso advogado para ter maiores detalhes
e esclarecer os fatos.
No meu histórico profissional, como Executivo Sênior e Empreendedor a décadas
nenhuma mazela foi identificada, assessorei diversos clientes em assuntos específicos
nas competências que possuo, fusões, aquisições e melhoria de performance.
Saliento que esta fase de inquéritos diz respeito a prospecção probatória onde não se
pode exercer o amplo de direito de defesa ou, ainda no meu caso, qualquer
obstaculização e ações das autoridades, o que respeito e respeitarei sempre.
Assim que tivermos acesso ao inquérito policial informaremos maiores detalhes.
Na condição de Secretário Municipal da Fazenda solicitei ao Sr Prefeito licença para ter
acesso e compreender o teor do Inquérito e providenciar minha defesa naquilo que
couber e certamente demonstrará total isenção e nenhuma ligação com os fatos em
Investigação”, disse.
Secretário de Maringá alvo da Operação Mafiusi
A nova fase da Operação Mafiusi tem como objetivo desarticular o núcleo financeiro de uma organização criminosa responsável por movimentar e lavar dinheiro proveniente do narcotráfico internacional.

Ao todo, a operação cumpre três mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão, além de medidas patrimoniais que incluem sequestro de imóveis, bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras, totalizando aproximadamente R$ 13,89 milhões.
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha utilizava métodos sofisticados, incluindo empresas de fachada, fintechs, câmbio paralelo (dólar-cabo) e documentos fictícios para ocultar a origem dos valores, muitas vezes com a alegação de prestação de serviços de locação de veículos e máquinas.
As investigações apontam que o grupo também investiu recursos do tráfico em atividades aparentemente legais, incluindo a aquisição de um time de futebol por meio de interposta pessoa com histórico criminal. Os investigadores reforçam que o envio contínuo de cocaína para o exterior foi confirmado, e que há conexões diretas com a alta cúpula de uma facção criminosa de São Paulo.
A Polícia Federal informou que a operação é resultado de uma análise detalhada do material apreendido na primeira fase da Mafiusi, realizada em dezembro de 2024, e que novas evidências indicam um esquema estruturado de lavagem de dinheiro em grande escala.
Os envolvidos serão conduzidos à justiça federal em Curitiba, onde responderão por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e participação no tráfico internacional de drogas. A corporação reforçou que as investigações continuam, e outras fases da operação podem ser deflagradas à medida que novas informações forem confirmadas.
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