Sergio Moro declara que jamais estará com Lula e revela “aliança escondida” entre Alvaro Dias e PT
O ex-juiz Sergio Moro (União) participou na manhã desta quarta-feira (21) da série de sabatinas do Grupo RIC, que entrevistará os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenções de voto ao senado pelo Paraná. Nos estúdios da emissora em Curitiba, o ex-ministro reforçou que continuará o combate à corrupção no país, declarou que está orgulhoso em poder disputar uma eleição pelo Paraná e ainda destacou que o oponente Alvaro Dias possui uma aliança com PT e o ex-presidente Lula.
“Vou ser um senador forte e independente lá em Brasília. Envolvido sim nos grandes projetos nacionais, mas igualmente estarei defendendo o interesse dos paranaenses. Ninguém, acho, melhor do que eu neste contexto para estar envolvido nestas duas tarefas”, declarou Sergio Moro.
Em entrevista aos jornalistas Marc Sousa e Jeulliano Pedroso, o candidato ao senado explicou a polêmica que envolveu a tentativa de transferência de domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo. Segundo Moro, era uma estratégia do partido, entretanto, o desejo pessoal do candidato sempre foi disputar a eleição pelo estado onde nasceu.
“O que aconteceu foi que eu estava em uma pré-candidatura presidencial em outro partido e esse outro partido às vésperas do fim do período de transferência eleitoral retirou o apoio, o que me obrigou a ir para o União Brasil. Neste outro partido tive o pedido para que eu concorresse por São Paulo, eles tinham um plano para derrotar o PT em São Paulo, o Haddad. Eu acabei concordando porque não tinha muita alternativa. Em São Paulo, o TRE negou a minha transferência, deferiu minha permanência no Paraná. Eu fiquei feliz com isso, fiquei exultante. Até orientei meus advogados a não recorrer, porque para mim é muito melhor concorrer no Paraná, porque eu nasci aqui, em Maringá”, explicou Moro, que ainda citou que já morou em Cascavel e os pais nasceram em Ponta Grossa.
O candidato ainda justificou que no estado de origem teve um dos trabalhos mais marcantes da carreira. “Acho que o trabalho profissional mais relevante da minha vida, que foi a Operação Lava Jato, eu fiz aqui, a partir do Paraná. E ela só deu certo porque a gente teve o apoio da sociedade paranaense. Estou orgulhoso da oportunidade de concorrer pelo Paraná”, completou.
Moro também citou que pretende retomar com força o combate à corrupção no país, apesar de apontar que terá ‘dificuldades contra o sistema’. Entre as propostas do candidato está o fim do foro privilegiado e a volta da execução em 2ª instância.
“Quem foi preso na Operação Lava Jato se encontra em uma das seguintes situações: ou pagou suborno ou recebeu suborno. Não existe nenhum grande país que se desenvolva baseado em corrupção ou patifaria. Então a Lava Jato foi um marco, a gente quebrou aquela regra ‘rouba e não acontece nada’. Pela primeira vez vimos ladrões poderosos do dinheiro público sendo presos”, declarou Moro.
Moro aponta aliança entre Alvaro Dias e PT
O candidato ao senado ainda aproveitou a sabatina para fazer ataques contra o Partido dos Trabalhadores (PT). Moro defendeu que não houve parcialidade durante as investigações da Lava Jato e que a liberação para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispute as eleições é um dos maiores erros da história do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O que vimos foi uma virada de jogo, um grande erro judiciário, acho que vai ser o maior erro judiciário da história do STF que permitiu que o ex-presidente Lula voltasse ao jogo […] Agora eu estou na política, antes jamais estive, era um juiz aplicando a lei, tanto que a gente condenou não só o presidente Lula. Condenamos o Eduardo Cunha, que era o presidente da Câmara, que era um opositor do PT, a gente aplicou a lei de maneira imparcial. Agora o jogo é outro, estou no lado da política, e eu tenho me colocado claramente. Jamais estarei ao lado do PT ou do Lula, espero que o Lula não ganhe as eleições, mas se acontecer estarei na oposição”, declarou Moro.
O representante do União Brasil ainda apontou que um dos principais oponentes na briga por uma vaga no Senado Federal, o candidato Alvaro Dias (Podemos), possui uma aliança com o PT.
“O PT fez uma aliança com outro candidato, que é a candidatura do Alvaro Dias. É uma aliança escondida, oculta, mas é claro quando o PT escolhe uma outra candidata, a Rosane, que não tem tradição, que não coloca dinheiro ali. Quando você tem uma aliança do Alvaro com o PSB, que em todo resto do país está junto com o PT, com o Lula. Então contra esse sistema, contra a velha política, contra o PT, as pessoas podem contar comigo”, afirmou Moro.
Ao ser questionado sobre a relação com o presidente Jair Bolsonaro, Sergio Moro não citou o nome do ex-aliado e voltou a afirmar que “jamais estará com o PT” e conclui que “será uma tragédia caso Lula seja eleito”.
Durante a sabatina, o candidato do União Brasil ainda citou que um dos principais objetivos é colocar um representante que tenha presença e restaurar dignidade do senado, que é contra abuso de poder no STF e que o armamento deve ser discutido, “tenho posse de arma, temos que respeitar sentimento de pessoas que se sentem mais seguras com arma em casa”, conclui.
Confira a entrevista completa de Sergio Moro:
Sabatinas do Grupo RIC
As sabatinas terão duração de 20 minutos e serão transmitidas no programa RIC Notícias Dia, da RICtv, nas rádios Jovem Pan e Pan News FM, no programa Jornal da Manhã, e com cobertura em tempo real pelo portal RIC Mais. As entrevistas fazem parte da maior cobertura multiplataforma das Eleições 2022 no Paraná. Confira o cronograma das entrevistas:
- Sergio Moro (União) | 21/09/2022
- Alvaro Dias (Podemos) | 22/09/2022
- Paulo Martins (PL) | 23/09/2022