Embora o julgamento se estenda até o fim desta semana, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) já formou maioria para negar o recurso do senador Sergio Moro (União Brasil) na ação por calúnia contra Gilmar Mendes ao sugerir num vídeo que o ministro vende sentenças.

Com isso, o ex-juiz da Lava Jato segue como réu na Suprema Corte. No plenário virtual, já votaram a relatora, ministro Carmen Lúcia, e os ministros Flávio Dino e Alexandre de Moraes. Não há data prevista para o julgamento do mérito que pode até refletir na eleição de 2026.
Sergio Moro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF pelo crime de calúnia, após um vídeo viralizar mostrando o senador em um evento social e falando em “comprar um habeas corpus” do ministro Gilmar Mendes. A denúncia foi aceita por unanimidade no STF.
“Ao atribuir falsamente a prática do crime de corrupção passiva ao Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, o denunciando Sergio Fernando Moro agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do País”, diz um trecho da denúncia.
Caso seja condenado, Moro pode até ficar fora da eleição de 2026 — já que a Constituição Federal prevê a suspensão dos direitos políticos durante o cumprimento da pena.
Logo após os votos dos três ministros do STF, Sergio Moro se manifestou numa rede social.
“A denúncia por “calúnia” por piada em brincadeira de cadeia em festa junina é absolutamente inepta e contrária ao Direito, aos fatos e ao bom senso. A maioria formada perde a oportunidade de corrigir os rumos da (in)Justiça. Apesar disso, confiamos na improcedência no curso do processo. Quem tem a consciência tranquila perante a lei, a verdade e a justiça de Deus, nada tem a temer”.
O processo foi aberto com base em um vídeo que repercutiu nas redes sociais em abril de 2023. Na gravação, Sergio Moro afirma: “Não, isso é fiança, instituto… pra comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”.
Moro na época se desculpou pela declaração, citando que foi uma “brincadeira infeliz”.