Os dois sindicatos que representam os trabalhadores foram notificados no final da tarde de quarta-feira (09), diz universidade.
Trabalhadores e estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) permanecem no prédio administrativo da instituição nesta quinta-feira (10). Segundo a Pró-Reitoria de Administração da universidade, os dois sindicatos que representam os trabalhadores foram notificados no final da tarde da última quarta-feira (09). O documento previa a desocupação no prazo de 24 horas. Os estudantes, que ocupam o prédio desde 31 de agosto, haviam sido notificados na sexta-feira (04).
De acordo com a UFPR, o advogado do Sindicato dos Trabalhadores de Ensino Superior dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná (Sinditest) recebeu a notificação. Já a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) recebeu a notificação e, após discutir o conteúdo do documento, decidiu por não receber a notificação. O sindicato afirmou à UFPR que receberá o documento via Aviso de Recebimento (AR) dos Correios.
De acordo com a instituição, diretores das duas organizações sindicais estão participando de atividades no prédio público federal invadido, o que teria motivado a notificação da última quarta-feira. Ainda segundo a UFPR, a entrega do prédio deverá ser feita na presença de servidores da Pró-Reitoria de Administração, mediante registro fotográfico para a verificação das condições em que se encontra o imóvel.
Na sexta-feira (11), estudantes e trabalhadores da UFPR devem realizar um ato às 9h na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio da instituição. Eles reivindicam que a Reitoria volte com as negociações.
Atraso nos pagamentos
A universidade informou que devido a invasão, a administração não conseguiu efetuar, no quinto dia útil de setembro, o pagamento de bolsas estudantis, colaboradores eventuais, fornecedores e prestadores de serviços terceirizados. Todas as bolsas estudantis de responsabilidade da UFPR devem sofrer atraso, inclusive as de atleta, cultura, extensão, iniciação científica, monitoria, PROBEM, SIBI e 100 anos, entre outras.
Outro prejuízo registrado pela universidade refere-se ao repasse de verbas e auxílios para apresentação de trabalhos e participação em eventos científicos. A invasão impede o cumprimento de compromissos com os fornecedores e as empresas responsáveis por prestadores de serviço, como funcionários do Restaurante Universitário, da vigilância, da limpeza e da manutenção, não poderão ser honrados, ainda de acordo com a instituição.
O pró-reitor Rogério Mulinari afirmou que respeita o direito de greve dos universitários, mas que a invasão do prédio público prejudica a comunidade e impede que os colaboradores da instituição possam executar suas tarefas.
“Na medida em que participam da invasão da Reitoria, o Sinditest e a APUFPR são igualmente responsáveis pelas consequências desse ato. Por isso, suas diretorias foram notificadas sobre os riscos de sofrerem as implicações legais do ato. A Reitoria da UFPR jamais será complacente com atos que prejudicam não apenas a comunidade universitária, mas a própria sociedade”, afirmou Mulinari.