Traiano justifica aumento de salários dos deputados: “Não vejo como aviltante”
O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSD), esteve na sede do Grupo RIC, em Curitiba, nesta quinta-feira (15) e participou do programa Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan. Na entrevista, com os jornalistas Marc Sousa, Beatriz Frehner e Jeulliano Pedroso, o político fez um balanço sobre as atividades deste ano e comentou as polêmicas que envolveram a casa nas últimas semanas.
Traiano aproveitou a entrevista para esclarecer o aumento salarial de deputados estaduais. De acordo com o político, os representantes paranaenses não são bancados pelo legislativo em inúmeras atividades. Além disso, o salário não é ajustado há oito anos e o valor do aumento proposto no total líquido não é “algo aviltante”.
“Brasília deve tratar essa questão e equiparar o salário dos deputados federais ao dos ministros, que fica em torno de R$ 39 mil. Nós temos uma exigência legal de 75% do que ganha o deputado federal e, obrigatoriamente, temos que fazer esse processo por votação. Aqui no Paraná ficaríamos em torno de R$ 29 mil bruto, que sobraria R$ 21 mil líquido para os deputados estaduais. Hoje o salário do deputado fica em torno de R$ 18 mil, então nós teríamos, após oito anos, um aumento em torno de 2 mil, que eu não vejo como algo aviltante. Eu defendo a questão salarial no âmbito de todos”, pontuou Traiano.
Cargos comissionados e ‘pacotaço’
Sobre o ‘pacotaço’ e as aprovações de vários projetos nos últimos dias, Traiano classificou como um movimento comum em trocas de governo. “Estou na Alep há 32 anos, por inúmeras vezes já repeti, todos os governos normalmente em final de ano eles encaminham inúmeras mensagens para apreciação do parlamento. É regimental que o governo encaminhe em regime de urgência”, comentou.
Apesar da rapidez para aprovar projetos, Traiano esclareceu que todas as votações acontecem com as devidas discussões e posicionamento de todos os deputados.
“Ontem mesmo, nós tivemos uma sessão, que iniciamos às 8h30 e concluímos quase às 18h, a discussão foi muito ampla. Os senhores deputados tiveram o tempo necessário para a discussão dentro das comissões ou em plenário […] Tenho que cumprir a nossa bíblia, que é o regimento interno da Assembleia, e também aquilo que está escrito na constituição do estado”, destacou Traiano.
Nas últimas semanas, a Alep também esteve envolvida em polêmicas sobre a criação de 614 cargos comissionados. Na entrevista, Traiano esclareceu o caso, apontado como inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é uma “matéria vencida”, pois se refere a uma ocorrência de 2010.
“De lá para cá houveram inúmeras mudanças. Eu mesmo, nesta nossa gestão, juntamente com a mesa executiva, fizemos inúmeras alterações na legislação para nos adequarmos aquilo que sempre é feito como cobrança pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas, que deve existir uma paridade entre os cargos efetivos e comissionados. Portanto, na minha compreensão, essa matéria já é matéria vencida, porque nós não temos esses cargos”, explicou Traiano.
O presidente da Alep ainda pontuou cargos que não existem mais na assembleia. “Posso afirmar com toda certeza, a Assembleia não tem esses 614 cargos, eles já foram extintos. Havia no passado o cargo de barbeiro, havia dentro da assembleia um salão de beleza. Havia por exemplo, cargos em excesso de médicos, mas tudo isso foi extinto. Estamos dentro da legalidade”, concluiu.
Durante a entrevista, Ademar Traiano ainda comentou sobre a retomada das votações online, o movimento da chegada de novos deputados eleitos e ainda um balanço de como foi o último mandato. Assista na íntegra: