O corretor de imóveis envolvido no escândalo da propina do vereador Paulo Bebber foi ouvido nesta quarta-feira (19) em Cascavel. O depoimento de Marcio Ireno começou no período da tarde e terminou só a noite, na Delegacia da Polícia Civil da cidade. Marcio foi intimado a depor como testemunha, pois é o autor das gravações que acusam Bebber.
Nas gravações, Marcio Ireno e o vereador negociam o pagamento de propina para facilitar o trâmite em um projeto para a construção de 200 casas na Zona Norte de Cascavel. O advogado de Ireno afirmou que as gravações foram feitas do próprio celular dele, porém, sem interesses políticos. O advogado ressaltou que a divulgação da ligação não foi feita pelo cliente.
A polícia informou que o depoimento contribuiu para a abertura de inquérito e que outras testemunhas serão ouvidas, assim como o acusado Paulo Bebber. Até então não há informações sobre a prisão preventiva do político que foi solicitada pela Polícia Civil.
Ficha suja do político é antiga
Com oito anos de vida pública, entre a diretoria do Detran e o mandato de vereador, Paulo Bebber tem uma longa ficha de acusações pelas mais diversas irregularidades.
Em maio de 2013, ele foi acusado de compra de votos no Reassentamento São Francisco durante a campanha eleitoral de 2012. A denúncia foi feita pelos vereadores Celso Dal Molin e Silvio Gonçalves. A acusação foi protocolada pela Comissão Eleitoral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na Polícia Federal, Ministério Público Eleitoral e Justiça Eleitoral. No entanto, ela foi arquivada pelo Legislativo depois de ser rejeitada pela maioria dos parlamentares.
Além disso, Paulo Bebber foi acusado de improbidade administrativa e investigado por enriquecimento ilícito. Ele estaria remunerando assessores que não cumpriam carga horária, causando um prejuízo maior que R$ 300 mil aos cofres públicos. Em novembro de 2012, Bebber também foi acusado de manter um gabinete e escritório particular com recursos do Detran.
Um mês antes, a promotoria pediu o afastamento de Paulo Bebber que na época era primeiro secretário do Legislativo e também do presidente da casa, por tentar atrapalhar as investigações pelo pagamento de propina ao prefeito Edgar Bueno e ao secretário de obras da época.
Paulo Gorski. Bebber também recebeu nota de repúdio por parte do Sindicato de Jornalistas depois de agredir verbalmente uma jornalista de Cascavel durante uma sessão da Câmara em agosto de 2013.