Curitiba - A Câmara Municipal de Curitiba arquivou o processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar (CEDP) contra o vereador Eder Borges pelo crime de nepotismo. Dos sete votantes do Conselho, quatro foram favoráveis ao fim das investigações e outros três contrários (veja abaixo os votos).

Eder Borges acompanhado de assessor durante votação contra ele por nepotismo na Câmara de Curitiba
Matéria havia acusado o vereador de empregar a filha de companheira. (Foto: Carlos Costa/CMC)

Borges foi citado em uma reportagem do portal The Intercept Brasil como tendo um relacionamento afetivo com Andreia Gois Maciel, mãe da atual chefe de gabinete do vereador, Victoria Maciel de Almeida.

Com base nessa reportagem, a vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta (PT) apresentou denúncia no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar (CEDP).

O corregedor do Conselho, vereador Sidnei Toaldo (PRD), avaliou a denúncia e decidiu colocá-la para apreciação do grupo.

No plenário da Câmara, Borges chegou a negar que tenha uma união estável com Andreia Maciel e, por isso, não entende ter cometido o crime de nepotismo.

Como Borges e Giorgia pertencem ao Conselho e são partes envolvidas no processo, o presidente do grupo, Lórens Nogueira (PP), convocou os suplentes Angelo Vanhoni (PT) e Olimpio Araujo Junior (PL) para participarem da votação.

Caso o Conselho aprove a continuidade da investigação, serão definidos um relator e vice para conduzir o Processo Ético-Disciplinar contra Borges. O vereador terá a oportunidade de apresentar defesa, incluindo a indicação de até 12 testemunhas.

Vereador investigado por nepotismo recebeu três votos contrários

Contrários a investigação

  • Rafaela Lupion (PSD);
  • Toninho da Farmácia (PSD);
  • Guilherme Kilter (Novo);
  • Bruno Secco (PMB).

Favoráveis a investigação

  • Laís Leão (PDT);
  • Angelo Vanhoni (PT);
  • Lórens Nogueira (PP).

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar é formado por nove vereadores, mas dois parlamentares não votaram.

Hernani (Republicanos) não compareceu e o suplente dele, Jasson Goulart (Republicanos), está em viagem e não pode fazer a substituição. Já Olimpio Araujo Junior (PL) avisou no início da sessão que não poderia assumir o lugar do investigado e, assim, não se pode encontrar um substituto a tempo.

Quem é o vereador de Curitiba que pode responder pelo crime de nepotismo?

Vereador de Curitiba sugere laqueadura e vasectomia em moradores de rua
Vereador se autodeclara de direita e justifica ativismo político como forma de impedir “avanço do comunismo no Brasil”. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Eder Borges é vereador em Curitiba pelo PL e está no segundo mandato na Câmara, após ter recebido mais de 8 mil votos nas Eleições de 2024.

O vereador chegou a perder o mandato em 2022, quando foi condenado pelo crime de difamação pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Mas Borges conseguiu reverter a decisão e pode retornar à Câmera.

Borges foi condenado por postar em 2016 uma montagem nas redes sociais com uma bandeira comunista hasteada no Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba. Na legenda estava escrito: “Bandeira comunista é hasteada em colégio do Paraná. APP faz isso com seu filho”.

A APP-Sindicato (Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do Paraná) entrou com uma ação contra Borges, que na época não exercia nenhum cargo público.

Borges se autodeclara como representante da direita e reforça que começou o ativismo político em 2014, “ao perceber o avanço do comunismo no Brasil, que corria sério risco de chegar ao estado que chegou a Venezuela”.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.