Curitiba - Uma audiência pública na Câmara de Curitiba acabou em confusão nesta quarta-feira (06) e com um pedido de cassação do mandato da vereadora Professora Ângela (PSOL). O vereador Da Costa (União Brasil) acusa a colega de apologia ao uso de drogas. 

Professoras Ângela, vereadora que pode ser cassada por apologia a drogas
Câmara informou que panfletos foram feitos com recursos da vereadora (Foto: Diretoria de Comunicação Social/CMC)

O encontro teve o tema “Sistema de Segurança Pública, Saúde e Políticas de Drogas” e contou com a participação de especialistas, ativistas e movimentos sociais. 

Contudo, o vereador Da Costa acusa a colega, responsável pela realização da audiência, de apologia ao uso de drogas por causa de panfletos distribuídos durante o evento. 

“Essa audiência até foi aprovada por nós, mas veio mascarada. Estratégias de redução de danos.Tenho em mente que se você quer reduzir o dano que a droga causa na pessoa, vai incentivando ela a não usar a droga. Isso que está aqui é gravíssimo. Fala sobre várias drogas e na parte que fala de LCD está explícito (panfletos. ‘Conheça a substância e inicie em pequenas quantidades’. Se isso não é incentivar a pessoa a iniciar o caminho das drogas eu não sei o que é apologia”, disse o vereador. 

O parlamentar apresentou um pedido de cassação do mandato da vereadora por conta do ocorrido. 

O líder do governo na Casa, o vereador Serginho do Posto (PSD), esclareceu que a audiência não tem nenhuma relação com a Prefeitura de Curitiba

“O evento ocorrido na data de ontem, no anexo 2 da Câmara, não teve participação nenhuma da prefeitura, do prefeito Eduardo Pimentel, do seu vice e da administração pública. Em momento algum, a prefeitura patrocinou, teve contato ou até mesmo participou desse evento realizado pelo mandato da vereadora”, reforçou.

O que diz a vereadora sobre a acusação de apologia a drogas?

A vereadora Professora Ângela afirmou que propôs um debate aberto sobre o tema e que é defensora de uma nova política de drogas. 

“É importante salientar que eu sou uma defensora de uma nova política de drogas, que não acredito que seja apenas um assunto de polícia, mas sim de saúde, direito, liberdade e autonomia. Fui eleita com essa pauta e muito me orgulho a representar a luta antiproibicionista na Câmara de Vereadores. Quero também dizer que o meu mandato confeccionou um folder que divulga e introduz brevemente a estratégia do uso de redução de danos com foco em quem já faz o uso das substâncias. Não é, em hipótese alguma, um incentivo para ninguém iniciar um uso. Se qualquer pessoa ler corretamente o material, vai ver que ele é um material de redução de danos para quem já é usuário”, defendeu.

Vereadora discursando na Câmara
Vereadora defendeu o tema da audiência pública (Foto: reprodução / TV Câmara)

O que diz a Câmara de Curitiba?

Em nota, a Câmara de Curitiba informou que não compactua com discursos que, de forma direta ou indireta, possam configurar apologia ao uso de drogas ou incentivo a qualquer prática ilícita. Além disso, o Grupo Ric questionou se os panfletos foram produzidos com dinheiro público, mas a Casa afirmou que a vereadora utilizou os próprios recursos.

“A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) vem a público esclarecer os fatos relacionados à audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (5), com o tema “Sistema de Segurança Pública, Saúde e Políticas de Drogas para a Cidade de Curitiba”.

A audiência, proposta pela vereadora Professora Angela (PSOL) – por meio da proposição 407.00017.2025 -, foi aprovada em plenário conforme previsto no Regimento Interno da Casa. As audiências públicas são instrumentos legítimos de participação popular e expressão democrática, e o papel da Presidência e da estrutura administrativa da Câmara é garantir sua realização, sem interferência no conteúdo dos debates ou censura prévia a manifestações da sociedade civil.

No entanto, é importante reafirmar que a CMC não compactua com discursos que, de forma direta ou indireta, possam configurar apologia ao uso de drogas ou incentivo a qualquer prática ilícita.

A defesa da liberdade de expressão deve sempre respeitar os limites estabelecidos pela legislação brasileira, bem como os princípios éticos e legais que regem a atuação dos agentes públicos e da sociedade.

Eventuais excessos ou distorções serão analisados com a devida seriedade, à luz do Regimento Interno e da legislação vigente. A Câmara Municipal de Curitiba segue firme em seu compromisso com a democracia, a legalidade e a responsabilidade institucional”.

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.