Curitiba - A vereadora Giorgia Prates (PT) exonerou uma servidora comissionada na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta segunda-feira (18). O desligamento acontece logo após uma polêmica envolvendo a divulgação de cartilha com “instruções” para uso de drogas, em audiência pública organizada na Casa de Leis por outra vereadora, a Professora Ângela (PSOL).

O ato foi publicado hoje, mas com data retroativa ao dia 6 de agosto. O material impresso apresenta o nome da ex-funcionária como responsável pelo texto.
A cartilha recomendava, por exemplo, que usuários de crack “higienizem cachimbos com regularidade” e que no caso de cocaína, o dependente deveria “fazer uso de canudos próprios“.
O folder foi apresentado durante encontro organizado Professora Ângela (PSOL). A repercussão da audiência pública rendeu uma investigação interna que pode levar a cassação do mandato da parlamentar. O material teria como finalidade dar instruções sobre formas “seguras” de usar drogas como: cocaína, cogumelo, LSD e crack.
O conteúdo foi alvo de um protestos em plenário e de uma representação dos vereadores Bruno Secco (PMB) e Da Costa (União) que alegam abuso da atividade parlamentar da vereadora e incentivo para o uso de drogas.
A assessora exonerada estava lotada no Gabinete Parlamentar da 4ª Secretaria da Casa.

O que diz Giorgia Prates
Por meio de nota, a vereadora Giorgia Prates informou que não há nenhuma ligação dela com o conteúdo da cartilha “pró-drogas “e confirmou que desligou a assessora. Giorgia esclareceu que apesar de estar lotada na 4º secretaria a assessora atuava no gabinete da Professora Angela, em razão de um acordo.
Diz a nota:
“Não há nenhuma ligação de autoria entre mim e o panfleto distribuído na Audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Curitiba, no dia 5 de agosto. A servidora que assinou o panfleto estava nomeada na Mesa Diretora da Câmara Municipal, na 4º Secretaria. Mas tal cargo estava cedido à vereadora Professora Ângela (PSOL), conforme acordo realizado entre os vereadores do Bloco de Oposição da Câmara de Curitiba, no início do ano, durante as tratativas de composição dos blocos desta legislatura. Tal acordo, com consentimento unânime, permitiu isonomia na distribuição do quadro de servidores a todos os mandatos da oposição, sendo que meu acompanhamento das atividades acontecia conforme vínculo de demandas da 4º Secretaria, como relatórios da frequência da servidora. As demais atividades da servidora ligada ao partido PSOL extrapolam tal atribuição e não passaram, em momento algum, pela minha ciência. Tão logo que tive acesso ao material distribuído na audiência pública de 05/08, pedi a exoneração da servidora em ato contínuo (06/08).
Reitero, portanto, que não há qualquer ligação entre meu trabalho e a publicação do material, que não possui identificação com meu mandato e sequer com meu partido. Sigo à disposição, certa de que minha caminhada e trabalho são elementos comprobatórios do meu compromisso com a verdade e com o bom desenvolvimento de políticas públicas.”
Defesa da vereadora Professora Ângela
Em nota, sobre a audiência pública, a vereadora Ângela do PSOL afirmou que “parlamentares de extrema-direita iniciaram uma ofensiva covarde e mentirosa, distorcendo o conteúdo nas redes sociais” em uma tentativa de criminalizar a audiência. Ela também defendeu que a “redução de danos é uma abordagem de saúde pública focada na autonomia, cuidado e segurança das pessoas, não nas substâncias”.
Outros Citados
A coluna procurou a Câmara Municipal de Curitiba e aguarda retorno.
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