Curitiba - A vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta (PT) apresentou um projeto de lei que pretende instituir uma campanha anual de conscientização sobre o uso de produtos à base de cannabis para fins medicinais. De acordo com a Câmara Municipal de Curitiba (CMC), a proposta agora será analisada pelos vereadores.

Conforme a autora do projeto, o objetivo da matéria é ampliar o acesso à informação sobre o uso terapêutico da cannabis. Além disso, pretende estimular pesquisas científicas sobre seus benefícios. A campanha também deverá divulgar informações para pacientes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou pela Justiça. Bem como incentivar o associativismo para produção e doação controlada da planta para fins medicinais.
Proposta estabelece data para realizar as ações
A proposta estabelece que as ações sejam realizadas, preferencialmente, no dia 20 de abril de cada ano. O projeto de lei também autoriza unidades de saúde e entidades hospitalares municipais a auxiliarem pacientes na importação de produtos à base de cannabis, seguindo as normas estabelecidas pela Anvisa. A medida busca facilitar o acesso ao tratamento para quem tem prescrição médica.
Projeto será debatido nas comissões permanentes
A proposta ainda será analisada pelas comissões permanentes da Câmara de Curitiba, para, então, seguir para votação em plenário. Caso seja aprovada, e sancionada, a lei que institui a campanha permanente de incentivo ao uso da cannabis entrará em vigor 30 dias após sua publicação no Diário Oficial do Município.

Na justificativa do projeto, Giorgia Prates argumenta que a utilização de substâncias extraídas do cânhamo tem demonstrado eficácia no tratamento de diversas condições de saúde. O que inclui dores crônicas, epilepsia, náuseas, vômitos e espasticidade. Ainda de acordo com a proposta, estudos apontam que esses compostos oferecem benefícios significativos aos pacientes. Assim, melhoram sua qualidade de vida sem os efeitos adversos severos de muitos tratamentos convencionais.
Canabidiol tem eficácia comprovada para o tratamento de diversas enfermidades
A vereadora reforça que, embora o uso recreativo da maconha continue proibido no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente recomendou a retirada de certas restrições ao canabidiol (CBD). Atualmente, os óleos concentrados de CBD com menos de 0,2% de THC não são mais controlados pelas Convenções Internacionais de Controle de Drogas, o que facilita sua importação com autorização da Anvisa e prescrição médica.
Os produtos à base de cannabis também apresentam propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Tanto o gel quanto o óleo de CBD são utilizados para minimizar dores articulares, aliviar sintomas de doenças crônicas, dores causadas pelo câncer e convulsões epiléticas. Doenças como esquizofrenia, doença de Crohn, mal de Parkinson e enxaqueca também podem ser tratadas com substâncias derivadas da cannabis, oferecendo uma alternativa terapêutica a pacientes que muitas vezes não encontram alívio em medicamentos tradicionais.
Projeto semelhante foi arquivado pela Câmara
Um projeto de lei semelhante já tramitou anteriormente na CMC. No entanto, a proposta da então vereadora Maria Leticia (PV), não chegou a ser votada pelo plenário. A proposição instituía o “Dia Municipal da Conscientização Quanto ao Uso de Produtos à Base de Cannabis Para Fins Medicinais” no calendário da cidade. Entretanto, o projeto ficou engavetado por quatro anos até ser arquivado com o final da última legislatura, em dezembro do ano passado, após a não reeleição da parlamentar.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui