Vereadores de Cascavel pedem revisão de aulas terceirizadas em cursos técnicos da rede estadual
A Comissão de Educação da Câmara de Vereadores de Cascavel, no oeste do Paraná, solicitou à Secretaria Estadual de Educação que a opção de terceirizar as aulas dos primeiros anos de cursos técnicos profissionalizantes da rede pública seja revisada. O requerimento foi apresentado ao secretário Renato Feder na terça-feira (15) após pais e alunos de uma instituição da cidade assinarem uma carta de repúdio, insatisfeitos com o ensino à distância.
Além de pedir pela revisão dos serviços terceirizados à Secretaria de Educação, a comissão também enviou um documento com o mesmo teor para a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep).
De acordo com os vereadores, o Novo Ensino Médio tem trazido prejuízos ao direito à educação de forma gratuita e universal aos alunos.
“A forma como vem sendo efetivada a construção do Novo Ensino Médio não leva em consideração a participação de todos os componentes da sociedade, sindicatos, escolas, os grêmios estudantis, conselhos escolares e associação de pais”,
diz a justificativa do requerimento.
A comissão ainda aponta falhas em algumas mudanças no Ensino Médio. O aumento da carga horária dificulta a permanência de alunos trabalhadores e até o próprio ensino noturno, o aumento do ensino à distância na Educação de Jovens e Adultos (EJA) prejudica o ensino de qualidade, assim como a substituição de professores formados por pessoas com “notório saber”. Ter o currículo voltado para as demandas do mercado e não à formação integral também afeta as oportunidades de ensino.
“A partir de 2021, o Conselho Estadual de Educação decidiu implementar medidas do Novo Ensino Médio ‘atropelando’ as discussões com a comunidade escolar. Isso inclui uma resolução que permitiu a oferta de educação profissional em parcerias com instituições particulares e a adoção de ensino à distância nas aulas dos primeiros anos, com apoio de monitores para atenderem os alunos mesmo sem terem qualquer formação específica”,
afirma a Comissão.