
Projeto foi criticado por manifestantes, que exigiam a redução dos vencimentos dos políticos
Os vereadores de Curitiba aprovaram durante sessão
extraordinária de quinta-feira (31) o congelamento dos próprios salários até
2018. O projeto teve 26 votos favoráveis e 3 contrários a proposta. Com isso,
os vereadores da capital paranaense receberão pelos próximos 2 anos o mesmo
valor, ou seja, R$ 15.156,70. O subsídio bruto do presidente da Câmara de Curitiba
da próxima legislatura também foi congelado em R$ 19.703,71. Já a partir de
2018, o salário dos vereadores será corrigido conforme o índice concedido aos
servidores municipais.
Manifestação
A discussão da proposta foi marcada pela presença de
manifestantes, que criticaram o congelamento e afirmaram que o projeto se trata
de uma “manobra” para evitar a discussão sobre a redução da remuneração. Para
Luan de Rosa e Souza, representante do Movimento Primavera Cidadã, a votação do
congelamento do subsídio em sessão extraordinária “soa curioso”. Ele fez a
entrega simbólica ao presidente da Casa, Ailton Araújo (PSC), de assinaturas
favoráveis à redução dos vencimentos para R$ 3.258,16.
“Trouxemos aqui 15 mil assinaturas. São quinze mil sonhos, 15 mil
consciências”, disse Souza. “Vou ser direto e simples, porque congelar o
salário não é suficiente para nós. Soa como espécie de manobra, para que até
2020 não consigamos reduzir o valor. Será que R$ 15 mil é justo, considerando
que vocês têm sete assessores, carro oficial e 200 litros de combustível?”,
completou.
Vereadores contra a redução
Outros dois projetos apresentados na Câmara Municipal de
Curitiba sugeriam a redução dos salários dos vereadores. Ambos foram
rejeitados.
Uma das propostas, da Professora Josete (PT) e de Noemia
Rocha (PMDB), previa remuneração de R$ 13.500 para os vereadores e R$ 17.550
para o presidente do Legislativo. A emenda teve 3 votos favoráveis e 25
contrários. A primeira vereadora, no entanto, argumentou que o subsídio não
poderia ser o reivindicado pelo Movimento Primavera Cidadã, de R$ 3.258,16 –
montante indicado Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos), em 2015, como o salário mínimo ideal para o brasileiro. “Quem
seria vereador com esse salário? O empresário, o representante das empresas do
transporte coletivo, do mercado imobiliário”, justificou.
Já o projeto de Jorge Bernardi (Rede) também previa R$
13.500 para os vereadores, mas 15 mil para o presidente da Câmara. A proposta
foi derrubada com 25 votos contrários, 3 favoráveis e 3 abstenções. Ele era
autor de outra proposição que daria ao vereador a opção de receber um valor
mensal inferior ao fixado em lei, rejeitada com 22 votos “não” e 7 “sim”.
*Com informações de Fernanda Foggiato, da CMC