
Presidente fechará acordos nas áreas de Defesa, Inovação, Transporte Aéreo e Saúde, homenageará bombeiros e irá o Muro das Lamentações
A visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel, que começa neste domingo (31), marca um período de lua de mel entre os países. A nova etapa das relações bilaterais entre Brasil e Israel começou ainda durante o governo Michel Temer, que fez uma reaproximação após a conturbada relação no governo Dilma Rousseff. Israel chegou a ficar sem embaixador no Brasil na gestão da petista.
Amizade entre Brasil e Israel
Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro sinaliza o estreitamento dos laços. Os interesses mútuos são vários: segurança, tecnologia, saúde, alinhamento político e religioso. E há reciprocidade. Bolsonaro disse, ainda em campanha, que tinha intenção de mudar a Embaixada para Jerusalém.
O premiê israelense veio à posse em 1º de janeiro. E Bolsonaro prometeu que Israel seria um dos primeiros países que visitaria. Ao pisar em solo israelense, Bolsonaro será recebido no aeroporto por Benjamin Netanyahu, que só prestou essa deferência a outros quatro chefes de Estado.
A mudança da embaixada brasileira não deve ser anunciada na visita, embora não tenha sido descartada. Houve avaliação dentro do governo que o impacto econômico poderia ser importante, já que países muçulmanos — grandes importadores de carne halal brasileira — são contrários. No lugar da embaixada, o Brasil deve anunciar a abertura de um escritório de negócios em Jerusalém.
Visita de Bolsonaro a Israel
Bolsonaro embarca neste sábado (30), em Brasília, acompanhado de quatro de seus ministros. Ao lado do presidente, estarão o chanceler Ernesto Araújo, o ministro das Minas e Energia, almirante Bento, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e o ministro do gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, também estará na comitiva. Além dele, também viajam os senadores Chico Rodrigues (DEM-RR) e Soraya Thronicke (PSL-MS), a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), o chefe do estado maior das Forças Armadas, tenente-brigadeiro do ar Raul Botelho, e o secretário de Pesca, Jorge Seif. O novo chefe da comunicação, Fábio Wajngarten, foi antes e se juntará à comitiva.
Na programação, estão incluídas uma reunião entre Bolsonaro e o premiê e uma cerimônia de assinatura de acordos de cooperação nas áreas de Ciência e Tecnologia, Defesa, Segurança Pública, Serviços Aéreos, Inteligência, Saúde e Medicina. Bolsonaro também fará uma visita à unidade de Contraterrorismo da Polícia israelense e agraciará os militares que realizaram buscas em Brumadinho com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração brasileira.
Área econômica
Na área econômica, além dos acordos, há expectativa de compra de tecnologia de dessanilização de água, ampliação da malha aérea entre Israel e Brasil (Israel mira o potencial evangélico no turismo religioso) e parceriais de segurança pública (o Brasil demonstrou interesse, por exemplo, em drones armados para o combate ao tráfico de drogas no Rio).
Para a área de Saúde e Medicina, está previsto um plano de cooperação dos ministérios da Saúde do Brasil e de Israel de 2019 a 2022.
O presidente Bolsonaro também visitará o Muro das Lamentações, participará do plantio de uma muda de oliveira no Bosque das Nações, visitará o Yad Vashem, Centro de Memória do Holocausto, e visitará a cidade de Raanana, onde há uma comunidade brasileira.
Na área de tecnologia e inovação, o presidente vai participar de um café da manhã com CEOs de startups e visitará a Mobileye, subsidiária israelense da Intel que desenvolve carros autônomos. Também está previsto um jantar oferecido pelo Ministro de Energia de Israel, Yuval Steinitz, aos ministros brasileiros.