Presidente da Ucrânia pede ajuda a líderes e declara que lutará até o fim: “Não desistiremos e não perderemos"
LONDRES (Reuters) – O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, pediu nesta terça-feira (8) que o Reino Unido faça mais para ajudar seu país a enfrentar a Rússia e puna o que ele chamou de “estado terrorista”, usando um tom desafiador indicando que a Ucrânia continuaria lutando, independente do custo.
Falando ao Parlamento britânico por vídeo e saudado com aplausos de pé em uma câmara lotada, Zelenskiy reportou a invasão russa dia a dia, listando as armas usadas, os civis mortos e a falta de comida e água para muitos.
Vestido com uma camiseta verde, ele agradeceu o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que buscou adotar um papel de liderança no apoio à Ucrânia contra a Rússia, pela ajuda já oferecida, mas disse que o Reino Unido e outros países ocidentais precisavam ir além.
Ele pediu mais sanções internacionais além das que já foram impostas contra Moscou, uma zona de restrição de voo sobre a Ucrânia e que o Ocidente reconheça a Rússia como “estado terrorista”.
“A questão para nós agora é ser ou não ser… eu posso dar uma resposta definitiva: é definitivamente ser”, disse Zelenskiy aos parlamentares por vídeo, usando um tradutor, citando a peça Hamlet de William Shakespeare.
“Não desistiremos e não perderemos. Lutaremos até o fim, no mar, no ar e continuaremos lutando em nossa terra, independente do custo. Vamos lutar nas florestas, nos campos, nas costas, nas ruas”, disse, comentários que remetem ao primeiro ministro britânico na Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill.
“Por favor, aumentem a pressão das sanções contra aquele país (Rússia) e por favor reconheçam aquele país como um estado terrorista, e por favor assegurem que nossos céus ucranianos são seguros… Por favor, assegurem-se que estão fazendo tudo que precisa ser feito”.
Johnson, que buscou um papel central na resposta internacional à invasão da Rússia, disse que o Reino Unido continuaria fornecendo armas à Ucrânia e “apertaria as restrições econômicas” em torno do presidente russo Vladimir Putin.
Ele afirmou que o Reino Unido pararia de importar petróleo russo, o que o seu ministro dos Negócios afirmou que seria implementado até o fim do ano, para minimizar problemas de fornecimento.
“Vamos adotar todos os métodos que pudermos: diplomáticos, humanitários e econômicos… até Vladimir Putin falhar em seu empreendimento desastroso e que a Ucrânia seja livre novamente”, disse Johnson, sob aplausos dos parlamentares.
Zelenskiy tem falado com seu povo e com o mundo regularmente de Kiev desde que a Rússia invadiu seu país 12 dias atrás, no que Putin chama de “operação militar especial” para derrubar líderes que ele caracteriza como neonazistas. O Ocidente rejeita essa posição, que considera uma argumento sem fundamentos para justificar uma invasão.
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O líder ucraniano manteve seus apelos ao Ocidente por mais ajuda a seu país que, segundo ele, não está lutando apenas pela sua sobrevivência, mas também para salvar a democracia em toda a Europa.
Aos parlamentares britânicos, ele descreveu a guerra como uma que a Ucrânia não iniciou e nem queria, mas que o país teve que ir atrás. “Não queremos perder o que é nosso, nosso país Ucrânia”.
(Reportagem adicional de Andrew MacAskill)
Por William James e Elizabeth Piper