Começou nesta quinta-feira (14) às 10 horas, a venda dos ingressos, na Vila Capanema, para a torcida do Atlético-PR assistir o segundo jogo da final da Copa do Brasil no Maracanã, no dia 27 de novembro.
Segundo informações do clube, apenas sócios poderão adquirir os bilhetes, que serão vendidos com pagamento apenas em dinheiro pelo valor de R$ 250. Por determinação do time carioca, não haverá meia-entrada para a torcida atleticana.
Para conseguir os ingressos, a torcida do Furacão terá que validar seus cartões de sócio em uma catraca na entrada do estádio, para só depois, ir até a bilheteria da Vila Capanema e pagar sua entrada.
Porém, mesmo com todo esse processo para a aquisição dos ingressos, o torcedor atleticano não sairá da Vila Capanema com o bilhete em mãos. Será emitido um recibo na bilheteria do estádio que deverá ser trocado pelo ingresso quando o Atlético-PR receber a cota de entradas do Flamengo.
Para retirar os ingressos, o torcedor terá que trocar seu recibo em postos autorizados que ainda serão definidos pelo clube. Segundo o Atlético Paranaense, não há previsão de quando o Flamengo enviará os ingressos para Curitiba.
Cada torcedor do Atlético-PR poderá comprar até quatro ingressos com o seu cartão de sócio. Os torcedores que estiverem em atraso com a mensalidade deverão regulamentar a situação no Espaço Sócio Furacão. Quem não for sócio, só poderá adquirir os ingressos caso os associados não esgotem a cota.
Alta no preço dos ingressos vira caso de polícia
No Rio de Janeiro, a Polícia Militar foi acionada, um dirigente do Flamengo acabou detido e os órgãos de defesa do consumidor passaram a agir com rigor para que o clube carioca reduza o preço dos ingressos para a decisão da Copa do Brasil, dia 27, com o Atlético-PR, no Maracanã.
Os valores definidos para esse jogo (entre R$ 250 e R$ 800) resultaram numa ação civil pública contra o clube e numa representação por crime de desobediência contra o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, na Delegacia do Consumidor (Decon).
O Procon-RJ havia marcado reunião para as 11 horas desta quarta-feira e convocado Bandeira de Mello. Exigia explicações do clube. Mas ninguém atendeu ao chamado. Logo depois, dois funcionários do órgão foram à sede da Gávea para buscar documentos, como a cópia do contrato do Flamengo com o Complexo Maracanã Entretenimento S.A – a concessionária que administra o estádio -, mas teriam sido impedidos de entrar em setores do clube por seguranças. Foi quando o presidente do Procon, João Oliveira, pediu a presença da Polícia Militar.
Os PMs então levaram o diretor executivo Bernardo Accioly à Decon, no bairro de Benfica, zona norte, onde ele prestou depoimento. O dirigente é o responsável pela guarda dos documentos.
O Flamengo alegou que o prazo de 48 horas dado pelo Procon na segunda-feira era curto e que vários dirigentes que poderiam tratar do assunto já tinham compromissos agendados – alguns estão em Itu para ver Flamengo x São Paulo.
Em comunicado oficial, o clube justificou o preço dos bilhetes, ressaltando “que se trata de um evento privado, sujeito, portanto, aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, estampados no Artigo 170 da Constituição Federal de 1988″.
Na nota, o Flamengo prossegue negando “ao Estado a pretensão de tabelamento ou congelamento de preços, cuja estipulação é consequência direta do direito de livre iniciativa econômica, no presente caso, do mandante da partida”.
O Procon admite aumento de no máximo 30% dos ingressos com relação à fase semifinal. Contra o Goiás, o Flamengo estipulou o preço de cada bilhete inteiro entre R$ 160 e R$ 280.
Os valores para o jogo com o Atlético-PR, entre R$ 250 e R$ 800, podem ter redução de 40% para quem faz parte do programa sócio-torcedor, o que deixaria os bilhetes com preços de R$ 150 a R$ 480.
“Ainda assim é muito abusivo. Estamos pedindo na ação civil pública o bloqueio de parte da renda que cabe ao Flamengo para indenizar os torcedores que se sentirem lesados, os que foram obrigados a comprar ingressos nesses valores astronômicos”, disse a secretária de Defesa e Proteção do Consumidor do Estado, Cidinha Campos. “Também estamos representando contra o presidente do Flamengo na Decon por crime de desobediência. O clube não nos entregou documentos que pedimos”, ela acrescentou.