Dez unidades básicas de saúde, distribuídas em nove regionais de Curitiba, realizaram mais de 34 mil atendimentos, desde abril até agora, somente no período noturno (entre as 19h e 22h). A população recebe neste horário consultas médicas, vacinação, tratamento odontológico, além de consultas de enfermagem.

A ampliação de horário ajudou a dona de casa Maria Xavier Carvalho, de 66 anos. Já estava anoitecendo e a dor de cabeça não parava. “Comecei a sentir ainda dor no abdômen e me desesperei. Foi quando minha filha lembrou que o postinho estava aberto e me levou para lá”, conta Maria. O ‘postinho’ a que ela se refere é a Unidade Básica de Saúde Oswaldo Cruz, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), que em junho começou a atender até as 22 horas. “Antes a nossa opção era recorrer à UPA [Unidade de Pronto Atendimento] do CIC ou do Fazendinha, mas além de serem longes, geralmente estão cheias”, ressalta a dona de casa.

“São mais de 34 mil situações como essa que foram resolvidas perto das casas dos pacientes, sem que eles precisassem sobrecarregar o sistema de urgência e emergência, que tem como finalidade dar atendimento somente aos pacientes em situação mais crítica”, ressaltou o secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda.

A primeira ampliação ocorreu na US Camargo, no Cajuru, no dia 8 de abril. De lá pra cá, a unidade registrou 7.881 atendimentos no turno da noite. Em seguida, gradativamente, cada região passou a contar com uma unidade atuando em horário estendido. São elas: Camargo (Cajuru), Eucaliptos (Boqueirão), Bairro Alto (Boa Vista), Oswaldo Cruz (CIC), Vila Guaíra (Portão), Ouvidor Pardinho (Centro), Bairro Novo (Bairro Novo), Concórdia (Pinheirinho), Santa Felicidade e Monteiro Lobato (Pinheirinho).

A última unidade a aderir ao horário estendido foi a Monteiro Lobato, no dia 25 de novembro. Já na primeira semana, ela registrou pouco mais de 30 atendimentos médicos no período. “Depois das 18 horas, nossa única opção de atendimento médico eram as UPAs do Pinheirinho e do CIC. Nossa comunidade é carente, muitos não têm carro ou como pagar transporte até lá”, contou Marcio Renato Bullessic, presidente do conselho local de saúde.

“Antes, se meu filho ficasse doente à noite, tinha que ir até a UPA ou esperar até o dia seguinte. Sem contar que, às vezes, ainda era preciso faltar ao trabalho para levá-lo ao médico. Agora ficou tudo mais fácil e acessível”, afirmou Matilde Brito, comerciante.